Mudanças entre as edições de "Topônimos e gentílicos"

De Manual de Redação - FUNAG
Linha 58: Linha 58:
 
|-
 
|-
 
| (as) Bahamas || a Comunidade das Bahamas || Nassau || bahamense ||
 
| (as) Bahamas || a Comunidade das Bahamas || Nassau || bahamense ||
 +
|-
 +
| o Bangladesh || a República Popular do Bangladesh || Daca (Dhaka) ||bangladês, bangladense ||
 +
|-
 +
| Barbados || Barbados || Bridgetown || barbadiano ||
 +
|-
 +
| o Bahrein || o Reino do Bahrein || Manama || bahreinita ||
 +
|-
 +
| a Bélgica || o Reino da Bélgica || Bruxelas || belga ||8
 +
|-
 +
| Belize || Belize || Belmopan || belizenho
 +
|-
 +
| o Benim || a República do Benim || Porto Novo (Porto-Novo), Cotonou [pronúncia: Cotonú] || beninês || 9
 +
|-
 +
| a Belarus || a República da Belarus || Minsk || belarusso || 10
 +
|-
 +
|a Bolívia || o Estado Plurinacional da Bolívia || La Paz, Sucre || boliviano || 11
 +
|-
 +
| a Bósnia || a Bósnia e Herzegovina || Sarajevo || bósnio ||  12
 +
|-
 +
| o Botsuana || a República do Botsuana || Gaborone || botsuanês ||
 +
|-
 +
| o Brasil || a República Federativa do Brasil || Brasília || brasileiro ||
 +
|-
 +
| o Brunei || o Estado do Brunei Darussalam || Bandar Seri Begawan || bruneíno ||
 +
|-
 +
| a Bulgária ||  a República da Bulgária || Sófia || búlgaro ||
 +
|-
 +
| o Burkina Faso || o Burkina Faso || Uagadugu (Ouagadougou) ||burkineonse, burkinabé ||
 +
|-
 +
| o Burundi || a República do Burundi [pronúncia: Burúndi] || Bujumbura || burundês ||
 +
|-
 +
| o Butão || o Reino do Butão || Thimphu [pronúncia: Timpú] || butanês ||
 +
|-
 +
| Cabo Verde || a República de Cabo Verde || Praia || cabo-verdiano || 13
 +
|-
 +
| o Cameroun (Camarões) || a República do Cameroun (Camarões) (pronúncia: Camerún) || Iaundê || camerounês
 +
|-
 +
| o Camboja || o Reino do Camboja || Phnom Penh [pronúncia: Pnom -] || cambojano ||
 +
|-
 +
| o Catar || o Estado do Catar || Doha || catariano ||
 +
|-
 +
| o Canadá || o Canadá || Ottawa || canadense || 14
 +
o Cazaquistão  a República do Cazaquistão Astana cazaque
 +
o Chade a República do Chade N'Djamena chadiano
 +
o Chile a República do Chile Santiago chileno 15
 
|}
 
|}

Edição das 13h04min de 15 de abril de 2020

(Manual de Redação Oficial e Diplomática do Itamaraty)

Diversos são os sufixos de que dispõe a língua portuguesa para a formação dos substantivos e adjetivos gentílicos. São exemplos: “–ano” (como em, por exemplo, “moçambicano”), “–ão” (como em “afegão”), “–enho” (“panamenho”), “–ense” (“singapurense”), “–ês” (“neozelandês”), “–ino” (“argentino”), “–ita”(“iemenita”), “–ol” (“mongol”), “–ota” (“cipriota”).

Assim, é comum que a um mesmo topônimo correspondam em português múltiplas formas gentílicas dicionarizadas. Para a República do Mali, por exemplo, dicionários registram como válidas as formas “malinês”, “malinense”, “malense”, “malês” e “maliano” – sendo esta última, porém, praticamente a única com efetivo uso corrente. A abundância de formas constantes de vocabulários e dicionários não implica a existência do mesmo número de formas em uso prático e corrente. A rigor, independentemente dos registros, uma única forma acaba por consolidar-se no uso geral da língua – o mesmo processo, aliás, pelo qual passou o gentílico “brasileiro”, antes de suplantar as até hoje registradas “brasilense”, “brasiliense”, “brasiliano”, “brasílico”, “brasilíada”, “brasílio” e “brasil”.

Neste trabalho de consolidação, procurou-se apresentar uma lista de viés pragmático, que indica, em vez de todas as formas existentes, apenas uma forma recomendável (com algumas poucas exceções), com base no número de registros em enciclopédias, dicionários e vocabulários brasileiros e de demais países lusófonos, no uso em meios de comunicação e organismos internacionais. Em relação aos gentílicos apresentados para países africanos, foi dada preferência às formas amplamente usadas nos países lusófonos africanos, mesmo quando divergiam das formas preferidas por dicionaristas brasileiros e portugueses (é o caso, por exemplo, de “burundês”, praticamente a única forma usada nos países lusófonos africanos, onde de fato se escreve com frequência sobre o Burundi, mas ignorada por vocabulários brasileiros e portugueses, que trazem, porém, numerosas formas de limitado uso, como *burundiano, *burundinês e *burúndio).

Topônimos e gentílicos do Brasil e dos demais países de língua portuguesa


O Comitê de Nomes Geográficos (CNGEO), que integra a Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR), tem por função promover a padronização de nomes geográficos dentro do território da República Federativa do Brasil, assim como dos nomes estrangeiros que serão inseridos em produtos cartográficos nacionais. Em cooperação com outras instituições federais, governos estaduais ou municipais, promove ações objetivando a revisão de nomes para posterior padronização. Cabe ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) manter um Banco de Nomes Geográficos do Brasil (BNGB) que pode ser consultado na página daquele instituto.

Para topônimos e gentílicos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, dever-se-á seguir o uso oficialmente feito nos próprios países – sirva de exemplo Kwanza, nome de rio de Angola, de duas províncias do país (Kwanza Norte e Kwanza Sul) e da moeda do país (nesse caso, com minúscula, como os demais nomes de moedas: As transações poderão ser feitas em escudos, euros, francos, kwanzas, meticais ou reais.

A Guiné-Bissau e Timor-Leste mantiveram os hifens em seus nomes, tendo sido exceções admitidas à regra do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa sobre limitação do uso do hífen a casos especiais de topônimos compostos (“os iniciados pelo adjetivo grã, grão, ou por forma verbal, ou cujos elementos estejam ligados por artigo”) e consequente abolição nos demais casos, como Antígua e Barbuda, Papua Nova Guiné, São Vicente e Granadinas, etc. Também o emprego ou não de artigo definido com nomes de cidades, estados e países lusófonos deverá seguir o uso oficial local. Nos casos de países, portanto, usam-se, com artigo, os nomes do Brasil, da Guiné-Bissau e da Guiné Equatorial; e, sem artigo, Angola, Cabo Verde, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste (“em Timor-Leste”, “de Timor-Leste”, não “do”, “no”).

Dos estados brasileiros, usam-se com artigo definido: o Acre, o Amapá, o Amazonas, a Bahia, o Ceará, o Espírito Santo, o Maranhão, o Pará, a Paraíba, o Paraná, o Piauí, o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte, o Rio Grande do Sul, o Tocantins. Usam-se sem artigo: Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.



Lista de topônimos e gentílicos em português
Forma breve Nome oficial Capital Gentílico Nota
o Afeganistão a República Islâmica do Afeganistão Cabul (Kabul) afegão 1
a África do Sul a República da África do Sul Pretória (Tshwane), Cidade do Cabo (Cape Town), Bloemfontein sul-africano 2
a Albânia a República da Albânia Tirana albanês
a Alemanha a República Federal da Alemanha Berlim (Berlin) alemão 3
Andorra o Principado de Andorra Andorra-a-Velha andorrano
Angola a República de Angola Luanda angolano 4
Antígua e Barbuda Antígua e Barbuda Saint John's antiguano
a Arábia Saudita o Reino da Arábia Saudita Riade (Riyadh) saudita 5
a Argélia a República Argelina Democrática e Popular Argel (Algiers) argelino 6
a Argentina a República Argentina Buenos Aires argentino 7
a Armênia a República da Armênia Ierevan armênio
a Austrália a Comunidade da Austrália Camberra australiano
a Áustria a República da Áustria Viena (Wien) austríaco
o Azerbaijão a República do Azerbaijão Baku azerbaijano
(as) Bahamas a Comunidade das Bahamas Nassau bahamense
o Bangladesh a República Popular do Bangladesh Daca (Dhaka) bangladês, bangladense
Barbados Barbados Bridgetown barbadiano
o Bahrein o Reino do Bahrein Manama bahreinita
a Bélgica o Reino da Bélgica Bruxelas belga 8
Belize Belize Belmopan belizenho
o Benim a República do Benim Porto Novo (Porto-Novo), Cotonou [pronúncia: Cotonú] beninês 9
a Belarus a República da Belarus Minsk belarusso 10
a Bolívia o Estado Plurinacional da Bolívia La Paz, Sucre boliviano 11
a Bósnia a Bósnia e Herzegovina Sarajevo bósnio 12
o Botsuana a República do Botsuana Gaborone botsuanês
o Brasil a República Federativa do Brasil Brasília brasileiro
o Brunei o Estado do Brunei Darussalam Bandar Seri Begawan bruneíno
a Bulgária a República da Bulgária Sófia búlgaro
o Burkina Faso o Burkina Faso Uagadugu (Ouagadougou) burkineonse, burkinabé
o Burundi a República do Burundi [pronúncia: Burúndi] Bujumbura burundês
o Butão o Reino do Butão Thimphu [pronúncia: Timpú] butanês
Cabo Verde a República de Cabo Verde Praia cabo-verdiano 13
o Cameroun (Camarões) a República do Cameroun (Camarões) (pronúncia: Camerún) Iaundê camerounês
o Camboja o Reino do Camboja Phnom Penh [pronúncia: Pnom -] cambojano
o Catar o Estado do Catar Doha catariano
o Canadá o Canadá Ottawa canadense 14

o Cazaquistão a República do Cazaquistão Astana cazaque o Chade a República do Chade N'Djamena chadiano o Chile a República do Chile Santiago chileno 15