Reduções, abreviaturas e siglas

De Manual de Redação - FUNAG

(Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa; Manual de redação oficial e diplomática do Itamaraty)


Siglas são formadas pelas letras iniciais de outras palavras. Quando uma sigla pode ser lida como uma nova palavra, e não necessariamente letra a letra, pode ser chamada também de acrônimo. Como exemplo: UNESCO e ACNUR são acrônimos, ao passo que IBGE e CNPJ não o são.

Recomenda-se que não se usem pontos entre as letras de uma sigla: escreva-se, assim, “ONU”, e não "O.N.U." – à diferença das abreviaturas, em que o ponto é obrigatório: “pág.”, “etc.”.

Siglas e acrônimos devem ser usados com parcimônia, apenas quando absolutamente necessário. Só faz sentido usar uma sigla que não seja de conhecimento geral quando o nome a que ela se refere tenha de ser repetido muitas vezes ao longo de um mesmo texto, e o nome a que se refere seja demasiado longo – mas não há razão, por exemplo, para se usar a sigla “UE” em vez de “União Europeia”, ou "UA" em vez de "União Africana". Como critério prático para os revisores, recomenda-se evitar a utilização de siglas para instituições ou expressões com menos de três palavras. Seguem outros exemplos de palavras usuais em teses do Curso de Altos Estudos (CAE) do Instituto Rio Branco (IRBr) que devem ser usadas por extenso em publicações da FUNAG: telegrama (e não "TEL" ou "tel."); despacho telegráfico (e não "DT", "DET" ou "desptel."); circular telegráfica (e não "CT", "CIT" ou "circtel."); mensagem oficial (e não "MO" ou "M.O."). Nas publicações da FUNAG, também se recomenda evitar a utilização de siglas de postos no exterior e de escritórios de representação no Brasil do Itamaraty, muito usados nos expedientes internos e em teses de CAE. Por exemplo, utilizar "Embaixada em Buenos Aires" (e não "BRASEMB Buenos Aires"); "Consulado-Geral em Nova York" (e não "CONSBRAS Nova York"); "Delegação Permanente junto à ALADI e ao MERCOSUL (e não "BRASALADI"); "Escritório de Representação no Rio de Janeiro" (e não "ERERIO").

Podem ser usadas sem ressalvas (e mesmo sem estar acompanhadas de sua explicação) aquelas siglas já de conhecimento geral, mais usadas que o próprio nome completo a que se referiam originalmente: HIV/AIDS, Petrobras, Varig.

A maior parte da imprensa brasileira escreve com apenas a inicial maiúscula (e as demais letras minúsculas) todo e qualquer acrônimo (isto é, as siglas que podem ser lidas como palavras) que tenha quatro letras ou mais: *Opep; *Otan; *Acnur; *Psol. Essa opção, feita por alguns jornais e revistas por questões de espaçamento, é arbitrária e não tem amparo em regra ortográfica ou gramatical. Ao contrário, a Base XIX, alínea "h" do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa recomenda o uso de "siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU; H2O; Sr., V. Exª". O exemplo "NATO" (OTAN), dado pelo Acordo Ortográfico, demonstra não haver respaldo para a mencionada prática de veículos de imprensa.

Portanto, nas publicações da FUNAG, deverão ser usadas as grafias adotadas pelas próprias instituições, havendo inclusive casos em que a escrita oficial da sigla alterna, por diferentes razões, letras maiúsculas e minúsculas Sequem alguns exemplos: ACNUR; ALADI; ALCA; Apex-Brasil; ASEAN; BID; BRICS; CAF; CAN; CARICOM; CNPq; CPLP; ECOSOC; Eletrobras, EFTA; FAO; FUNAG; Incra; Inmetro; Ipea; IRBr; MAPA; MERCOSUL; MoMA; MRE; OCDE; ONU; OPEP; OTAN; Petrobras; PNUD; PNUMA; PROSUL; Sudene; UFRGS; UFRJ; UFSCar; UNASUL; UnB; UNCTAD; UNESCO; USP; VOLP (a própria Academia Brasileira de Letras dá exemplo, com "VOLP", de acrônimo com quatro letras grafado somente com maiúsculas); etc. Sugere-se confirmar a forma de utilização da sigla ou acrônimo no portal oficial da respectiva instituição.

Siglas podem receber plural, marcado por um “s” minúsculo: "PMs visitaram cinco UPPs cariocas no sábado." Nunca se usará, nesses casos, o apóstrofo. Algumas siglas rejeitam a marca do plural, por seu significado já incluir, opcionalmente, o plural: Os PALOP (países africanos de língua oficial portuguesa) (embora também se possa dizer “um PALOP”). Quando a sigla termina em “S”, também é praxe dispensar-se o “s” minúsculo que marcaria o plural.

Nomes de políticos deverão ser acompanhados da sigla do partido ao qual pertençam na primeira menção do nome. A sigla partidária deverá ser indicada entre parênteses, separada com barra da sigla de seu estado: O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB/SC).

Nas publicações da FUNAG, as siglas dos estados brasileiros devem constar, entre parênteses, após o nome dos municípios, com exceção das capitais: Novo Hamburgo (RS); Chapecó (SC); Foz do Iguaçu (PR); Porto Alegre; Florianópolis; Curitiba, etc.

Quando a abreviatura encerrar um período (como no parágrafo anterior), não se deve duplicar o ponto abreviativo com outro ponto, para indicar o fim do período. No entanto, se a abreviatura for seguida de qualquer outro sinal de pontuação (vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, etc.), esse sinal deve ser mantido após o ponto abreviativo.

Para a forma correta das abreviaturas ou reduções, sugere-se consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (ABL) e os principais dicionários da língua portuguesa.