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| 3°) Emprega-se ainda a vírgula no interior da oração:
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| a) para separar, na datação de um escrito, o nome do lugar:
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| Paris, 22 de abril de 1983.
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| b) para indicar a supressão de uma palavra (geralmente o verbo) ou de um grupo de palavras:
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| No céu azul, dois fiapos de nuvens.
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| (A. F. Schmidt, AP, 176.)
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| A tarde, de ouro pálido, e o mar, tranquilo como o céu.
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| (G. Amado, TL, 33.)
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| Chuva, névoa, desconforto,
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| A imagem da minha vida!
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| (A. Botto, AO, 236.)
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| 2. Entre orações, emprega-se a vírgula:
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| 1°) Para separar as orações coordenadas assindéticas:
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| Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o
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| olhar em Mana Maria.
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| (A. de Alcântara Machado, NP, 136.)
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| Pois eu caçava, visgava, alçapava.
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| (Luandino Vieira, JV, 74.)
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| Veio a hora do almoço, o céu cobriu-se de negro, a chuva desabou, contínua e pesada.
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| (A. Abelaira, D, 178.)
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| 2°) Para separar as orações coordenadas sindéticas, salvo as introduzidas pela conjunção e.
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| — Não me disseste, mas eu vi.
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| (A. Abelaira, QPN, 19.)
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| Ou elas tocavam, ou jogávamos os três, ou então lia-se alguma cousa.
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| (Machado de Assis, OC, II, 497.)
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| Não comas, que o tempo é chegado.
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| (J. Saramago, MC, 356.)
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| Observações:
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| a) Separam-se geralmente por vírgula as orações coordenadas unidas pela conjunção e, quando têm sujeito diferente:
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| O sol já ia fraco, e a tarde era amena.
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| (Graça Aranha, OC, 148.)
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| A mulher morreu, e cada um dos filhos procurou o seu destino
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| (F. Namora, TJ, 23.)
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| Costuma-se também separar por vírgula as orações introduzidas por essa conjunção quando ela vem reiterada:
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| Comigo, o mundo canta, e cisma, e chora, e reza,
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| E sonha o que eu sonhar.
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| (Teixeira de Pascoaes, OC, III, 27.)
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| E eles riem, e eles cantam, e eles dançam.
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| (Ó. Ribas, EM T, 75.)
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| porém, todavia, contudo, entretanto e no entanto, podem vir ora no início da oração, ora após um de seus termos. No primeiro caso, põe-se uma vírgula antes da conjunção; no segundo, vem ela isolada por vírgulas. Compare-se este período de Machado de Assis:
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| — Vá aonde quiser, mas fique morando conosco.
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| (OC, I, 733.)
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| aos seguintes:
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| — Vá aonde quiser, porém fique morando conosco.
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| — Vá aonde quiser, fique, porém , morando conosco.
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| Em virtude da acentuada pausa que existe entre as orações acima, podem ser ditas separadas, na escrita, por ponto-e-vírgula. Ao último período é mesmo a pontuação que melhor lhe convém:
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| — Vá aonde quiser; fique, porém , morando conosco.
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| 3.) Quando conjunção conclusiva, pois vem sempre posposto a um termo da oração a que pertence e, portanto, isolado por vírgulas:
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| Não pacteia com a ordem; é, pois, uma rebelde.
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| (J. Ribeiro, PE, 95.)
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| As demais conjunções conclusivas (logo, portanto, por conseguinte, etc.) podem encabeçar a oração, ou pospor-se a um dos seus termos. À semelhança das adversativas, escrevem-se, conforme o caso, com uma vírgula anteposta, ou entre vírgulas. Veja-se a Observação 2. ao ponto-e-vírgula.
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| 3°) Para isolar as orações intercaladas:
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| — Se o alienista tem razão, disse eu comigo, não haverá muito que lastimar o Quincas Borba.
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| (Machado de Assis, OC, I, 546.)
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| — Amanhã mesmo vou encerrá-lo, assegurei, um tanto espanliiild com a facilidade com que assumia aquele compromisso.
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| (C. dos Anjos, DR, 356.)
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| “Lá vem ele com as raízes”, resmungou Paulino, baixando a c ,ilirt,it
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| (Castro Soromenho, C, 137.)
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| 4°) Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas:
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| O Loas, que tinha relações sobrenaturais, diagnosticara um espírito.
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| (F. Namora, TJ, 24.)
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| Eu, que tinha ido ensinar, agora me via diante de trinta examinadoras.
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| (Genolino Amado, RP, 24.)
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| D. Apolônia, que se habituara ao desdém das senhoras do Quinaxixe, não amolecia no entanto como patroa.
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| (A. Santos, P, 66.)
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| Observação:
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| Como sabemos, as orações subordinadas adjetivas classificam-se em restritivas e explicativas.
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| As restritivas, necessárias ao sentido da frase, ligam-se a um substantivo (ou pronome) antecedente sem pausa, razão porque dele não se separam, na escrita, por vírgula. Já as explicativas, denotadoras de uma qualidade acessória do antecedente — e, portanto, dispensáveis ao sentido essencial da frase —, separam-se dele por uma pausa, indicada na escrita por vírgula.
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| Comparem-se, por exemplo, estes dois passos:
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| Não se lembraria do beijo que me jogara de longe, dos cravos que me atirara...
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| (Ribeiro Couto, C, 85.)
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| Os dois espanhóis e meu tio, que o ouviam, olharam para mim.
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| (J. de Sena, SF, 175.)
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| No primeiro, há duas orações adjetivas restritivas: que me jogara de longe e que me atirara; no segundo, uma oração adjetiva explicativa: que o ouviam. Daí a diversidade de pontuação.
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| 5°) Para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à principal:
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| Quando se levantou, os seus olhos tinham uma fria determinação.
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| (F. Namora, NM, 243.)
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| Se eu o tivesse amado, talvez o odiasse agora.
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| (C. dos Anjos, M, 146.)
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| De tudo se lembrara nesse momento, porque de tudo queria esquecer depois...
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| (A. de Assis Júnior, SM, 140.)
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| 6°) Para separar as orações reduzidas de infinitivo, de gerúndio e de particípio, quando equivalentes a orações adverbiais:
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| A não ser isto, é uma paz regalada.
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| (Castro Soromenho, C, 225.)
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| Sendo tantos os mortos, enterram-nos onde calha.
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| (J. Saramago, MC, 221.)
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| Fatigado, ia dormir.
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| (Lima Barreto, TFPQ, 279.)
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| Conclusão
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| Finalizando as nossas observações, devemos acentuar o seguinte:
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| a) toda oração ou todo termo de oração de valor meramente explicativo pronunciam-se entre pausas; por isso são isolados por vírgulas, na escrita;
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| b) os termos essenciais e integrantes da oração ligam-se uns com os outros sem pausa; não podem, assim, ser separados por vírgula. Esta a razão porque não é admissível o uso da vírgula entre uma oração subordinada substantiva e a sua principal;
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| c) há uns poucos casos em que o emprego da vírgula não corresponde a uma pausa real na fala; é o que se observa, por exemplo, em respostas rápidas do tipo: Sim, senhor. Não, senhor.
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| ==== [[Reduções, abreviaturas e siglas]] ==== | | ==== [[Reduções, abreviaturas e siglas]] ==== |
Apresentação
Este manual tem o objetivo de ser uma ferramenta teórico-referencial para garantir maior clareza e padronizar as revisões de textos publicados pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG).
Embora elaborado primariamente para servir de referência aos revisores da FUNAG e aos autores que submetam textos para serem publicados pela Fundação, o manual também pode ser útil para o público em geral, pois busca sanar dúvidas comuns do idioma português e consolida recomendações de várias fontes oficiais, listadas no item IV - Referências e fontes de pesquisa.
Eventuais comentários e sugestões podem ser enviados para manual@funag.gov.br.
Revisão
Referências e fontes de pesquisa
Este manual compila recomendações de diversas fontes, com vistas a sanar as dúvidas mais comuns no dia a dia do processo editorial de publicações da FUNAG. Deve ser utilizado em todas as fases, especialmente nas de preparação de originais e revisão de provas, com a finalidade de conferir dados e padronizar termos geográficos, econômicos, legislativos, parlamentares, etc.
Para informações mais detalhadas, listam-se, a seguir, as principais fontes de referência utilizadas neste manual:
- Manual de redação oficial e diplomática do Itamaraty, aprovado pela Portaria nº 292, de 11 de maio de 2016, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 12 de maio de 2016, disponível em http://www.consultaesic.cgu.gov.br/busca/dados/Lists/Pedido/Attachments/485564/RESPOSTA_PEDIDO_Manual_de_Redao_Oficial_e_Diplomtica_do_Itamaraty.pdf;
- Manual de redação da Presidência da República, 3ª edição, revista, atualizada e ampliada, aprovado pela Portaria nº 1.369, de 27 de dezembro de 2018, publicada no DOU de 28 de dezembro de 2018, disponível em http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf;
- Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, promulgado pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, publicado no DOU de 30 de setembro de 2008, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6583.htm;
- Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (ABL), disponível em http://bit.ly/buscaVOLP; e
- Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), especialmente as normas NBR 6023 (Informação e documentação - referências - elaboração), 2ª edição, de 14 de novembro de 2018; e NBR 10520 (Informação e documentação - citações em documentos - apresentação), de agosto de 2002.
Além dessas fontes principais de referência, foram consultadas, para a elaboração deste manual, muitas fontes secundárias, como dicionários da língua portuguesa, gramáticas modernas, além de outros manuais e ferramentas de pesquisa como, por exemplo:
- Manual de comunicação da Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal, disponível em https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao;
- Manual de redação da Câmara de Deputados: padronização e documentos administrativos, disponível em http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/32279/manual_redacao_camara.pdf?sequence=7;
- Manual editorial do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), disponível em https://www.ipea.gov.br/sites/manualeditorial;
- Sistema Concórdia do Itamaraty, que contém informações sobre atos internacionais de que o Brasil é parte, disponível em https://concordia.itamaraty.gov.br/; e
- Biblioteca das Nações Unidas, que contém Informações sobre outros atos internacionais, disponível em http://research.un.org/en/docs/law/treaties.
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FUNAG (discussão) 15h32min de 5 de outubro de 2017 (BRT)