Mudanças entre as edições de "Vocabulário"

De Manual de Redação - FUNAG
Linha 1: Linha 1:
(Manual de Redação Oficial e Diplomática do Itamaraty)
+
(Manual de Redação Oficial e Diplomática do Itamaraty; Manual de comunicação da Secom do Senado Federal, entre outras fontes)
  
  
Linha 523: Linha 523:
  
 
'''Poder, Poderes''' – Usar maiúsculas quando se refira aos Poderes da República: “O Poder Legislativo”, “os Poderes Executivo e Judiciário”. Não confundir Poder da República com poder público, expressão que deve ser escrita com iniciais minúsculas, assim como outras acepções gerais da palavra "poder".
 
'''Poder, Poderes''' – Usar maiúsculas quando se refira aos Poderes da República: “O Poder Legislativo”, “os Poderes Executivo e Judiciário”. Não confundir Poder da República com poder público, expressão que deve ser escrita com iniciais minúsculas, assim como outras acepções gerais da palavra "poder".
 
  
 
'''polaco e polonês''' – Formas sinônimas; ambas podem ser usadas. “Polaco” é a forma tradicional e é a única usada nos países de língua espanhola, em Portugal e nos demais países lusófonos como gentílico de Polônia.  
 
'''polaco e polonês''' – Formas sinônimas; ambas podem ser usadas. “Polaco” é a forma tradicional e é a única usada nos países de língua espanhola, em Portugal e nos demais países lusófonos como gentílico de Polônia.  

Edição das 16h29min de 20 de abril de 2020

(Manual de Redação Oficial e Diplomática do Itamaraty; Manual de comunicação da Secom do Senado Federal, entre outras fontes)


Palavras e expressões que demandam atenção



Aachen – Cidade na Alemanha, chamada Aix-la-Chapelle em francês, Aken em holandês e Aquisgrán em espanhol); em português, usar a forma original alemã (Aachen). No caso das demais localidades de países multilíngues com nomes tradicionais em português, deve-se usar a forma portuguesa.

“-abad” – Não aportuguesar os nomes geográficos terminados com esse produtivo sufixo persa: Islamabad (capital do Paquistão); Abbottabad; Allahabad; Faisalabad; Jalalabad; etc.

abdicar – Pode ser intransitivo (O rei abdicou), transitivo direto (abdicou o trono) ou, preferivelmente, transitivo indireto regido pela preposição “de”: Abdicou do trono (e não ao trono).

aceito ou aceitado – Em construções em que o particípio do verbo “aceitar” se liga diretamente aos verbos ser e estar, usa-se o particípio irregular: “as condições impostas foram aceitas “. Em construções em que o particípio do verbo “aceitar” se liga aos verbos ter e haver, tanto o particípio regular (“aceitado”) quanto o irregular (“aceito”) são admitidos na norma culta: “Tendo aceito o convite” ou “Tendo aceitado o convite”; “Se já tivessem aceitado a proposta” ou “Se já tivessem aceito a proposta.”

acento grave – Em geral, marca a crase, isto é, a união de duas vogais, como em “Dei o livro a + a embaixadora” = "Dei o livro à embaixadora." A crase também ocorre quando, equivalente ao “à la” francês ou ao “a la” espanhol, significa “à moda de”: bife à milanesa; frango à parmegiana; nesse caso, pode inclusive vir antes de palavras masculinas: escrevia à Machado de Assis. O acento grave, porém, também pode ser usado sem a existência de uma crase: pode-se usar o “a” com acento grave (“à”) em locuções em que a preposição “a” aparece antes de substantivo feminino no singular, a fim de evitar ambiguidade: “assinar à caneta”; “barco à vela”; “fechar à chave”; etc.

acompanhado(a) – A regência tradicional é com a preposição “de”: "Ela viajará acompanhado de suas filhas."

acordo stand-by, acordo de stand-by – Semitraduções, comuns na imprensa, para stand-by agreement, instrumento do Fundo Monetário Internacional, cuja tradução correta é “acordo de crédito contingente”.

acreano – Para o estado brasileiro do Acre, usar o gentílico acreano, empregado oficialmente pelo próprio governo acreano, pela Academia Acreana de Letras e abonado pelos dicionários. O gentílico “acriano”, recomendado tanto pela nova quanto pela anterior norma ortográfica (em consonância com gentílicos como açoriano, de Açores), é rejeitado localmente. A grafia dos topônimos e gentílicos brasileiros e dos demais países lusófonos deve seguir o uso oficial consagrado, que se sobrepõe a lógicas linguísticas.

acreditado (Estado) – Na tradução brasileira da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, traduziu-se como Estado acreditado a expressão francesa État accreditaire, que designa o estado que recebe a missão diplomática (em oposição ao Estado acreditante: aquele que envia a missão). Na tradução brasileira da Convenção de Viena sobre Relações Consulares, “Estado receptor” é a forma usada. A fim de assegurar a compreensão, recomenda-se atualmente o uso, em todos os contextos – mesmo, portanto, em se tratando de missões diplomáticas – da expressão “Estado receptor”, em lugar das antigas Estado acreditado (português brasileiro) e Estado acreditador (Portugal e demais países lusófonos).

acreditante (Estado) – A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas chama “Estado acreditante” ao estado que envia um embaixador ou uma missão diplomática. Para fins de clareza, pode-se substituir a expressão consagrada na tradução da Convenção de Viena por “Estado que envia” ou “Estado de origem”.

“Acrescente-se, ainda, que...” – Exemplo de construção expletiva, que nada acrescenta ao texto e que deve, portanto, ser evitada. acrônimo – Tipo de sigla que pode ser lido como uma palavra (por exemplo, PALOP – países africanos de língua oficial portuguesa; ONU; ACNUR; OPEP). Todo acrônimo é uma sigla, mas muitas siglas não são acrônimos. Tanto siglas quanto acrônimos devem ser grafados de acordo com o usado oficialmente por eles. Ex: Apex-Brasil; Petrobras; MERCOSUL; OTAN.

adequar – Já há muito se deixou de considerá-lo verbo defectivo. Pode ser conjugado em todas as pessoas: eu (me) adequo, tu (te) adequas, etc.; que eu me adeque, que tu te adeques; etc.

adida – Feminino de adido. Usar os femininos dos cargos que tenham essa forma, quando ocupados por mulheres: a Igreja Anglicana tem bispas (e não “mulheres bispos”) e arcebispas; A pilota sofreu um acidente; a soldada; a capitã.

adidância – Para se referir ao posto ou cargo de adido, usar nessa grafia.

afegane – Nome da moeda do Afeganistão.

afegão – Gentílico do Afeganistão: o povo afegão; a cultura afegã; cidadãos afegãos.

agradar – A regência tradicional, no sentido de “ser do agrado de”, exige a preposição “a”. Ex: “É impossível agradar a todos.”

agravante – Como substantivo, pode ser usado nos dois gêneros (assim como atenuante e componente). Pode-se dizer, portanto, “o agravante” ou “a agravante”.

agrément – Antes de indicar oficialmente um novo embaixador em outro país, solicita-se reservadamente ao governo estrangeiro a concessão do agrément: a “concordância” oficial do governo ao nome proposto. No caso de cônsules, o instrumento diplomático equivalente chama-se exequatur.

Aids – Usar, preferivelmente, a forma HIV/AIDS.

Alcorão – Forma tradicional portuguesa. Usar nessa forma, e não a hipercorrigida “Corão”.

Aleutas – O substantivo “ilhas” não faz parte do nome e, por isso, não leva maiúscula: as ilhas Aleutas. Gentílico: aleúte (comum de gêneros; plural: aleútes).

à medida que/na medida em que – À medida que (locução proporcional) equivale a “à proporção que”, “ao passo que”, “conforme”: Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a procura. Já “na medida em que” (locução causal) equivale a “pelo fato de que”, “uma vez que”: Na medida em que se esgotaram as possibilidades de negociação, o projeto foi integralmente vetado. São incorretos os cruzamentos “à medida em que”, “na medida que”.

a meu ver, ao meu ver – Ambas as formas são gramaticalmente perfeitas e abonadas pelos melhores dicionários. Qualquer uma das duas formas pode ser usada em textos opinativos.

amicus curiae – Alguém que, mesmo sem ser parte é chamado ou (tendo se oferecido) aceito para intervir em processo relevante com o objetivo de apresentar a um tribunal sua opinião sobre um caso. Plural: amici curiae.

Ankara – Capital da Turquia (Istanbul é a maior cidade). A pronúncia é proparoxítona (“Âncara”) em turco, assim como o é em inglês e outras línguas: o nome de fato advém do substantivo “âncora”. Gentílico: ankarense.

anexo/em anexo – O adjetivo anexo concorda em gênero e número com o substantivo ao qual se refere: Encaminho, anexas, as minutas solicitadas. A locução adverbial em anexo é invariável: Encaminho, em anexo, as minutas solicitadas.

Anguilla – Nessa grafia.

Ano Novo, ano novo – Sempre sem hífen.

Antártida – Usar nessa forma (com “d”) para o substantivo (o nome do continente). O adjetivo referente à Antártida é antártico/antártica.

anti – Como os demais prefixos eruditos dissílabos (mini, multi, super, hiper, etc.), não leva acento. A supressão do uso do hífen e as regras de amalgamação estão no novo Acordo Ortográfico (antiviral, antidopagem, antissemitismo). O hífen se mantém quando a palavra a que se junta o prefixo iniciar com letra maiúscula: "Há no parlamento do país partidos declaradamente anti-Rússia e partidos declaradamente anti-Estados Unidos."

antidopagem – Aportuguesamento de antidoping: "A Autoridade Mundial Antidopagem apresentou a nova edição do Código Mundial Antidopagem."

Antuérpia – Cidade na Bélgica, chamada Anvers em francês, Antwerpen em holandês e alemão, Amberes em espanhol, etc. Como no caso das demais localidades de países multilíngues com nomes tradicionais em português, deve-se usar a forma portuguesa, Antuérpia.

anuência – Tal como o verbo “anuir”, rege a preposição “a”: "Com a aprovação conclusiva da matéria no Plenário do Senado Federal, o Poder Legislativo expressou sua anuência a que o Executivo proceda à ratificação do acordo."

ao encontro de/de encontro a – ”Ao encontro de” indica conformidade, concordância: "Todas as propostas brasileiras foram ao encontro das diretrizes do MERCOSUL, o que muito agradou aos demais membros." “De encontro a” indica oposição: "As propostas foram de encontro às diretrizes; não haverá acordo."

ao nível de/em nível (de) – “Ao nível de” se usa sobretudo com sentido físico (“ao nível do mar”). “Em nível” se refere a uma instância: A decisão foi tomada em nível ministerial.

agradecer – Agradece-se algo a alguém: "Agradeceu ao servidor a dedicação e a lealdade." "Agradeceu-lhe o empenho."

anuir – É verbo transitivo indireto, com a preposição a: "Todos anuíram àquela proposta." O substantivo “anuência” rege a mesma preposição: "O Poder Legislativo expressou sua anuência a que o Executivo proceda à ratificação do acordo."

assistir – No sentido de “auxiliar, ajudar, socorrer”, é transitivo direto: "Procuraremos assistir os flagelados pela seca (assisti-los)." No sentido de “estar presente”, “comparecer”, “ver” é transitivo indireto, regendo a preposição “a”: “Não assisti à reunião” (= “Não assisti a ela”). Nessa acepção, não pode ser apassivado na norma culta padrão, em que não se admitem, portanto, construções como “A reunião foi assistida por dez pessoas”.

atender – Quando seu complemento não se refere a pessoas, pode ser transitivo direto ou reger a preposição “a”: O prefeito atendeu ao pedido do vereador, ou atendeu o pedido. Quando seu complemento é (ou são) pessoa(s), é tradicionalmente transitivo direto: "O presidente atendeu o ministro (atendeu-o) em sua reivindicação." "A ministra atendeu as autoridades presentes."

avisar – No sentido de “fazer ciente, informar”, pode-se avisar alguém de algo, avisar alguém sobre algo ou avisar algo a alguém. São, portanto, exemplos corretos: "O chefe do protocolo avisou à embaixada que isso não seria possível." "O chefe do protocolo avisou a embaixada de que isso não seria possível."

artigo, artigos (de uma lei) – Com inicial minúscula, inclusive na forma abreviada: "Em conformidade com o disposto no art. 84 da Constituição Federal." "Ficam revogados os artigos em contrário.;

artigos com nomes de estados brasileiros – Dos 26 estados brasileiros, devem ser usados com artigo definido: o Acre, o Amapá, o Amazonas, a Bahia, o Ceará, o Espírito Santo, o Maranhão, o Pará, a Paraíba, o Paraná, o Piauí, o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte, o Rio Grande do Sul, o Tocantins. Escreva-se sempre, portanto: “no Tocantins” (não “em”); “ao Tocantins”, etc. Devem-se usar, sem artigo, os nomes dos estados de Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Escreva-se, portanto: “missão a Sergipe” (não “ao”); “Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul”; “escritório em Mato Grosso”; etc.

à custa, às custas – Ambas as formas são gramaticalmente corretas e abonadas por bons autores; é indiferente escrever “Vivia à custa do pai” ou “Vivia às custas do pai”.

atenuante – Como substantivo, pode ser usado nos dois gêneros (assim como "agravante" e "componente"). Pode-se dizer, portanto, “o atenuante” ou “a atenuante”.

através de – De acordo com as melhores gramáticas e dicionários, é locução sinônima de “por meio de”, podendo ser usado tanto em sentido físico quanto figurado. Não há nenhum fundamento, portanto, para evitar-se seu uso em sentido figurado. São perfeitamente válidas construções como “O assunto deve ser regulado através de decreto”, como também seriam “regulado por decreto”, “por meio de decreto”, etc.

à vista – Usar nessa forma, com acento grave.

Baía de Guanabara – A baía é “de” Guanabara, não “da”.

bairro – Com inicial minúscula.

Bangladesh – Usar nessa forma, com artigo definido: o Bangladesh; no Bangladesh; viagem ao Bangladesh. Gentílicos: bangladense ou bangladês.

banta(s), banto(s) / bantu(s) – Existem as formas “banto” (cujo feminino é “banta”) e “bantu” (invariável em gênero). Independentemente da pronúncia, use-se na escrita, para fins de padronização, a forma “bantu” – que é a única usada nos países lusófonos africanos: um povo bantu; a cultura bantu; a influência das línguas bantus no português brasileiro.

bem como – Evite repetir; alterne com “e” ou “como (também)”. Evite o uso do galicismo “bem assim” como equivalente.

Belarus – Após o fim da União Soviética, a antiga República Socialista Soviética da Bielorrússia tornou-se independente, sob o nome de República da Belarus (nome oxítono: a sílaba tônico é “–rus”). O gentílico é belarusso.

bimensal – Que ocorre duas vezes por mês. Quando aplicável, substituir por quinzenal.

bimestral – Que ocorre de dois em dois meses. Diferente de bimensal.

Bordeaux – Cidade na França. O nome tradicional português era Bordéus. Em coerência com o tratamento dispensado a demais topônimos de países com uma única língua oficial que usam o nosso alfabeto, recomenda-se o emprego da forma local, Bordeaux, usada internacionalmente.

bósnio, bosníaco – Distingue-se o gentílico “bósnio” (substantivo e adjetivo pátrio do país oficialmente chamado Bósnia e Herzegovina, comumente chamado simplesmente “Bósnia”) de “bosníaco” (membro de grupo étnico antigamente chamado de “bósnios muçulmanos”).

Botsuana – Usar nessa grafia, e com artigo: a República do Botsuana; no Botsuana; o Botsuana. O gentílico é botsuanês.

BRICS – Grupo de concertação formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Quando se refere ao grupo, usa-se no singular: “o BRICS”. Quando se refere aos países membros, usa-se o plural (“os BRICS”).

briefing – Não usar em textos em português (nem usar derivados, como briefar ou brifar). Há vários substitutos possíveis: informe, informação, coletiva de imprensa, entrevista coletiva, declaração à imprensa, relato, instruções, sumário, conversa, reunião de trabalho, reunião com a imprensa, reunião, revisão, etc.

bypass – Não usar em textos em português (nem usar derivados, como bypassar ou baipassar). Há vários substitutos possíveis: contornar, ignorar, atravessar, etc.

cacique – Use apenas quando o próprio cacique adotar esse título. Na dúvida, use “chefe”. Feminino: cacica.

campesinato – Termo em espanhol. Em português, use trabalhadores rurais ou termo equivalente.

campesino – Termo em espanhol para “camponês”. Como adjetivo, pode ser substituído por agrícola, rural ou campestre, conforme o caso.

Carnaval – No novo Acordo Ortográfico, todos os nomes próprios (de quaisquer festividades ou eventos, pagãos ou não) escrevem-se com inicial maiúscula.

Caxemira – Usar nessa grafia. O gentílico a ser usado é caxemirense.

caucus – Não usar em português. Traduzir, conforme o caso: “convenção” (partidária); “reunião”; “prévias” (eleições).

chanceler – Comum aos dois gêneros: o chanceler, a chanceler. Na Alemanha e na Áustria, é o chefe de governo (primeiro-ministro). Só se usa como sinônimo de ministro das Relações Exteriores na América Latina (em espanhol: canciller). Em Portugal, na Espanha e na Itália, chanceler é um cargo administrativo de representações diplomáticas – por essa razão, não cabe chamar “chanceler” ao ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, ou canciller /cancelliere a seus homólogos espanhol e italiano.

chancelaria – Na América Latina, é sinônimo de Ministério das Relações Exteriores. Usa-se, ainda, para se referir às instalações físicas com os escritórios de uma representação diplomática, para diferenciá-la da residência do embaixador. Tanto a chancelaria quanto a residência do embaixador podem ser chamadas de “a embaixada”.

chicungunha – Aportuguesamento de chikungunya. Pode-se usar a forma estrangeira, com destaque (itálico) ou o aportuguesamento. Em português, os nomes de doenças escrevem-se com inicial minúscula. Não se deve usar a denominação “febre chicungunha”, decalque do inglês (do mesmo modo que se chama, em inglês, “Dengue fever” à doença chamada em português simplesmente “dengue”).

Chipre – Como outros nomes de países que são ilhas (Cuba, Fiji, Granada, Santa Lúcia, Tuvalu, etc.), rejeita o artigo definido: diga-se (e escreva-se) “a República de Chipre”; “em Chipre”; “de Chipre”; “uma viagem a Chipre”. Quando, estilisticamente, requer o uso de artigo, é – como historicamente sempre foi em português – o artigo feminino que deve ser usado: a antiga Chipre; a bela Chipre.

cingalês – Nome da etnia majoritária no Sri Lanka. O cingalês é também uma das duas línguas oficiais do país – a outra é o tâmil. Não confundir com srilankês.

clarificar – Não o use, como se tem visto por influência do inglês, em lugar de “esclarecer”.

co – Usar copresidir; coordenar; etc.

coadunar-se – É pronominal: Esse tipo de prática não se coaduna com os valores defendidos pela organização.

cólera – Use como substantivo feminino, em todas as acepções.

committee – Em geral, a melhor tradução, em português, é comissão: "He is the chairman of the Senate Foreign Relations Committee" = "Ele é o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado."

como – “As promoções se deram exatamente como prometido” ou “As promoções se deram exatamente como prometidas”: ambas as concordâncias são possíveis e corretas.

competir – Não é defectivo; conjuga-se em todos os tempos e pessoas.

comparecer – No sentido de “apresentar-se em determinado lugar pessoalmente”, transitivo indireto e intransitivo: Compareceu ao encontro na hora marcada. Embora atarefado, não deixa de comparecer.

comunicar – A regência culta é “comunicar algo a alguém”. Exemplos corretos: O ministro comunicou sua decisão aos parlamentares. O ministro comunicou aos parlamentares sua decisão. O ministro comunicou-lhes sua decisão. O ministro comunicou sua decisão a eles.

congratular – Com o sentido de “parabenizar, dar congratulações a, cumprimentar, felicitar”, o verbo congratular é transitivo direto (não se conjuga de forma reflexiva, nem exige qualquer preposição): Congratulo Vossa Excelência pela assinatura do comunicado conjunto para o estabelecimento de relações diplomáticas com as Ilhas Cook. A ouvidoria consular recebeu mensagens de cidadãos brasileiros elogiando o atendimento consular recebido desse posto, razão pela qual congratulo Vossa Excelência e sua equipe.

componente – Como substantivo, pode ser usado nos dois gêneros (assim como agravante e atenuante). Pode-se dizer, portanto, “o componente” ou “a componente”.

conferência de imprensa – Desnecessário aportuguesamento de press conference; em português, “entrevista coletiva”.

cônjuge – É substantivo masculino: O senador, o deputado e seus cônjuges chegaram no horário. Não existe “a cônjuge”.

consistir – A regência tradicional é com a preposição “em”: consistir em alguma coisa: A cirurgia consistirá numa incisão feita no tórax; o desafio consiste em identificar o problema a tempo de resolvê-lo. constar de / constar em – A regência tradicional é “constar em” – ainda considerada mais elegante. Atualmente, a norma culta admite também a regência “constar de”.

consulesa – Use exclusivamente para se referir à esposa de um cônsul. A mulher que desempenha a função de cônsul é uma cônsul: a cônsul; a cônsul-geral; a vice-cônsul.

contatar, contactar – Ambas as grafias (e pronúncias) são corretas e válidas.

contêiner – Palavra já aportuguesada. Plural: contêineres.

conta corrente – O hífen, para o sentido de conta bancária, é desnecessário e contrário à tradição lexicográfica. Escrever sem hífen. Plural: contas correntes. Derivado: correntista.

contracheque – Em uma só palavra. Sinônimo: holerite.

copra – Amêndoa do coco seca; substantivo feminino. Dela se pode extrair o copraol, substância gordurosa usada na fabricação de supositórios e vela. A copra e o copraol têm importância na balança comercial de certos países, sobretudo insulares do Pacífico.

Corão – Galicismo; em português, usar a forma tradicional “Alcorão”.

CPLP – O nome é “Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (não “de Países”). Tem, desde o ingresso da Guiné Equatorial, em 2014, nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Crimeia – Gentílico: crimeu, crimeus, crimeia, crimeias.

cumpre ressaltar / cumpre assinalar – Expressões que, da mesma forma que “vale assinalar”, “importa notar”, etc., devem ser evitadas, por nada acrescentarem ao sentido do texto: se não “cumprisse ressaltar” (ou “valesse assinalar”, “importasse notar”), não se escreveria.

cúpula (ou “reunião de cúpula”) – Em geral, usa-se “cúpula” para se referir apenas às reuniões com a presença de chefes de estado ou de governo. Em espanhol, o termo equivalente é “cumbre” e, em Portugal nos demais países lusófonos, “cimeira” – razão pela qual as reuniões presidenciais da CPLP são assim chamadas.

Curaçao – Ilha caribenha, parte do Reino dos Países Baixos. A grafia tradicional em português, conforme à ortografia da língua, era Curaçau. Em coerência com o tratamento dispensado aos demais topônimos de países com uma única língua oficial que usam o nosso alfabeto, recomenda-se o emprego da forma local, Curaçao, também usado em inglês.

customizar – Anglicismo condenável. Em português, diz-se “personalizar”, “adaptar”, etc.

dado / visto / haja vista – Os particípios dado e visto têm valor passivo e concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem: Dados o interesse e o esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua função. Dadas as circunstâncias...; Vistas as provas apresentadas, não houve hesitação no encaminhamento. Já a expressão haja vista, com o sentido de 'uma vez que' ou 'seja considerado', 'veja-se', é invariável: O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforço demonstrados.

Dalai lama – Não é um nome próprio, mas sim o título do chefe religioso do budismo tibetano. Como tal, costuma vir precedido de artigo definido. Não deve levar hífen. Use-se com as duas minúsculas em contextos em que todos os cargos têm esse tratamento: “O papa encontrou-se com o dalai lama”.

décimo primeiro, décimo segundo, décimo terceiro, etc. – Sem hífen.

declinar – No sentido de “demonstrar desinteresse por; recusar, refutar, rejeitar”: transitivo direto ou transitivo indireto: Declinou o convite ou Declinou do convite. Declinou as (ou das) homenagens que lhe eram devidas.

de forma que, de modo que/de forma a, de modo a – Usa-se de forma que (ou de modo que) nas orações desenvolvidas: Deu amplas explicações, de forma que tudo ficou claro. Nas orações reduzidas de infinitivo, de forma (maneira ou modo): Deu amplas explicações, de forma (maneira ou modo) a deixar tudo claro. São descabidas as pluralizações de formas (maneiras ou modos) que. É igualmente incorreta a combinação de ambas as formas: “foi feito de modo a que todos recebessem uma parte” – o correto seria “de modo que todos recebessem uma parte”.

demais, de mais – Em uma só palavra, demais, significa “excessivamente”, “muitíssimo” – ou, acompanhada de artigo, “os demais” = “os outros, os restantes”. Escreve-se separado, “de mais”, quando é o oposto de “de menos”, ou quando sinônimo de “fora do habitual”: nada de mais.

dentre – Só deve ser usado quando a frase de fato exige a preposição “de” – isto é, quando tem o sentido de “do meio de”. Em todos os demais casos, use-se simplesmente “entre”: "Apenas um entre nós fez o curso" (não dentre).

deparar – São várias as regências possíveis: "O acaso depara muitas vezes a felicidade." "Deparou-se-me uma rara ocasião de superar o impasse na negociação." No sentido mais usual, de “encontrar de maneira inesperada”, pode ser pronominal ou não: "Deparou com o chanceler norueguês no saguão do hotel" ou "Deparou-se com o chanceler norueguês no saguão do hotel".

deserto – Em geral, com inicial minúscula: O deserto do Saara; o deserto do Atacama; o deserto de Gobi.

desagradar – No sentido de “causar reação desfavorável”, é transitivo direto ou transitivo indireto regendo a preposição "a": "O projeto desagradou o prefeito." "As novas medidas desagradaram aos contribuintes."

desobedecer – Com complementos, a regência tradicional exige a preposição “a”: Desobedecer a alguém; desobedecer a alguma coisa.

despercebido – Passar sem ser notado é passar despercebido (e não desapercebido).

devido a – Sempre com a preposição “a”.

dia a dia – Sem hífen.

dignitário(s) – É a forma tradicional portuguesa. Deve-se evitar dignatário, influência do espanhol.

direito – Não há necessidade de inicial maiúscula: “A xaria é o direito islâmico.”

dirigir – Quando empregado com o sentido de encaminhar, pode-se alternar com: transmitir, mandar, encaminhar, remeter, enviar, endereçar.

disponibilizar – O neologismo disponibilizar pode, conforme o caso, ser substituído por: pôr à disposição, fazer disponível, tornar disponível, dispor, oferecer, ofertar, prover, fornecer.

“disruptivo” – Aportuguesamento do inglês disruptive, a ser evitado – a menos no jargão sociológico, em que tem sentido próprio. Nos demais casos, substituir, por: perturbador, desestabilizador, destruidor, etc.

dopagem – Aportuguesamento de doping.

doutor – O Manual de Redação da Presidência da República manda restringir o uso do tratamento de “doutor” a comunicações dirigidas a pessoas que tenham concluído curso universitário de doutorado. Nos demais casos, o tratamento “senhor” confere a desejada formalidade às comunicações.

dupla negativa – Ao contrário do que ocorre em inglês, a dupla negação é construção correta em português: não há nenhuma incorreção (nem ambiguidade ou inversão de sentido) em frases como “Não pudemos atender ninguém na tarde de ontem”, “Não se encontrou nada fora do lugar”.

Edito, edito – A forma tradicional portuguesa é paroxítona, sem acento gráfico. Para Houaiss, a diferenciação moderna entre edito e édito, que se criou modernamente no meio jurídico, não tem justificação histórica nem gramatical. No sentido de decreto, ordem, etc., use-se sempre a forma paroxítona, sem acento gráfico: “o Edito de Milão”, não Êdito nem Édito.

é importante notar/ressaltar/etc. – Expressões que, da mesma forma que “vale assinalar”, “cumpre recordar”, etc., devem ser evitadas, por nada acrescentarem ao sentido do texto.

“ele é suposto saber”, “era suposto fazer” – Construção tomada de empréstimo ao inglês he is supposed to know, sem tradição no português. Evite, por ser má tradução. Em português: ele deve(ria) saber, supõe-se que ele saiba.

Eletrobras – Não é necessário identificar a empresa por seu nome completo; use “Eletrobras”, e uma descrição (“companhia brasileira de energia elétrica”, “empresa de capital aberto, controlada pelo governo brasileiro, que atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica”, etc.). Desde 2010, o nome oficial da empresa escreve-se sem acento.

embaixada – Como todo substantivo comum em português, deve-se escrever, em geral, com inicial minúscula: "O Brasil não tem embaixada residente naquele país." "Brasília é uma das cidades com maior número de embaixadas." Pode-se usar com inicial maiúscula quando se refere a nome próprio: “a Embaixada do Brasil em Buenos Aires”.

em detrimento – Exige a preposição “de”, não “a”: em detrimento das negociações; priorizou uma coisa em detrimento de outra (não em detrimento a outra).

em face de – Sempre que a expressão "em face de" equivaler a "diante de", é preferível a regência com a preposição de. Evite as expressões "face a", "frente a".

em mão, em mãos – Ambas as formas estão dicionarizadas, são sinônimas, e ambas abonadas por bons autores: pode-se entregar algo em mão ou em mãos.

emprego de pronomes demonstrativos:

a) aquele – pronome demonstrativo que indica algo ou alguém afastado espacial e/ou temporalmente do falante e do ouvinte: "Aquele livro no topo da estante é uma reunião de escritos do Barão do Rio Branco"; "Aquele dia foi trágico para o país". Pode também referir-se a pessoa ou coisa genericamente mencionada: "Chefe bom nem sempre é aquele que menos exige." Nos casos em que há dois antecedentes no discurso, aquele refere-se ao primeiro deles, por oposição a este (v.), que designa o mais próximo: "Pai e filho conhecem o seu ofício, aquele mais que este." Para designar indivíduo cujo nome se ignora ou que não se possa ou deva nomear: "Aquele é um caso sério de mau negociador."

b) esse – pronome demonstrativo que designa pessoa ou coisa que esteja afastada do emissor da mensagem e próximo a seu receptor: "Essa cadeira está quebrada, sente-se nesta aqui." Aplica-se também a alguém ou algo não diretamente ligado ou próximo ao emissor ou ao receptor, mas que o emissor pressupõe ser do conhecimento do receptor (equivale ao artigo definido o): "Esses são mesmo refugiados?"; "Essa juventude de hoje não sabe o que quer". Pode designar, com função anafórica, o que já foi antes mencionado: "Repouso e boa alimentação, esse é sempre um bom conselho." Emprega-se junto a aposto de um termo já referido recentemente: "Oliveira Lima, esse grande intelectual e diplomata de que falávamos, era amigo de Machado de Assis." Usa-se com referência a um tempo relativamente distante no passado ou no futuro, mas que foi referido anteriormente: "Passada essa hora de maior movimento, o consulado costuma ficar mais tranquilo."

c) este – pronome que indica o que está próximo do falante, no espaço, no tempo ou no discurso: "Este copo aqui é meu"; "esta piada que você contou é ótima". Com substantivos que denotam tempo, indica o tempo presente ou o mais recente, se a frase é passada, ou o primeiro que virá, se a frase é futura: "Esta noite dormi muito mal"; "esta noite meus amigos irão à minha casa". Combinado com aquele ou esse, serve para fazer referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, indicando a última, ao passo que, aquele ou esse representa a primeira: "Pedro e Paulo foram despedidos: este, por incompetência, aquele porque faltava muito ao trabalho." Para chamar atenção sobre algo que se quer enfatizar: "Que grande notícia esta!"

d) isso – pronome demonstrativo que substitui o nome de algo que está afastado do falante e mais perto do ouvinte, ou de algo passado, mas relativamente recente, ou que foi mencionado antes; essa(s) coisa(s): "Deixe-me ver isso que você tem nas mãos"; "você tem razão quando afirma isso"; "isso foi ontem, hoje as coisas mudaram".

f) isto – pronome demonstrativo que indica algo que se acha mais perto de quem fala, ou, temporalmente, que é recente; esta(s) coisa(s): "Tirem isto da minha frente!"; "isto não tem nada a ver com o que discutíamos ontem".

em que pese – A locução “em que pese” admite dois usos. Modernamente, não exige a preposição “a” e o verbo concorda com o sujeito: "Em que pesem seus bons argumentos, mantenho meu ponto de vista." "Em que pesem os efeitos positivos que terá sobre a economia, o projeto traz um risco." A regência clássica (com a preposição “a” e com o verbo, portanto, invariável) é modernamente usada quando a expressão trata de pessoas: "Em que pese aos radicais, o governo não reagiu nem reagirá." "Em que pese ao juiz nada imparcial, os estreantes venceram o jogo com facilidade."

eminente – Significa importante. Não confundir com “iminente”, que significa algo que deve acontecer em breve.

encarregado de negócios – Diplomata que chefia interinamente uma embaixada na ausência de um embaixador ou embaixadora. Em inglês e em outras línguas, usa-se a expressão francesa chargé d’affaires.

encarregado dos arquivos – Funcionário que, não sendo diplomata, chefia interinamente uma embaixada, na ausência de diplomatas.

enfarte ou infarto – As duas formas são tradicionais na língua e corretas. Nos demais países lusófonos, só se usa “enfarte”.

enquanto – Use-se simplesmente “enquanto”, e não enquanto que.

Escalda – Nome português do rio europeu chamado Schelde em holandês e Escaut em francês.

ESO – Sigla referente à Organização Europeia para a Investigação Astronómica no Hemisfério Sul (nome oficial em português – Portugal é um dos países fundadores), mais conhecida pela forma abreviada Observatório Europeu do Sul (ESO). A sigla ESO vem do inglês European Southern Observatory.

“Estado Islâmico” – Refira-se ao grupo sob formas como: o grupo terrorista autodenominado “Estado Islâmico”; os terroristas do autointitulado “Estado Islâmico”, sempre com aspas.

Estados Unidos – A concordância é sempre no plural, mesmo quando, por questões estilísticas ou de economia de espaço, se suprime o artigo: “Estados Unidos enviarão vice-presidente ao evento”, e não enviará; “EUA respondem”, não “EUA responde”.

evidência, evidências – O inglês evidence(s), referente por exemplo a um delito, traduz-se em português por “prova(s)” ou por “indício(s)”, mas não por evidência(s).

etc. – Pode em geral ser substituído por “entre outros” e variações. Por se tratar de abreviatura, deve sempre ser seguida de ponto. Para efeitos de padronização, recomenda-se seu uso precedido de vírgula (“militares, diplomatas, etc.”), como fazem bons autores, dicionários como o Aurélio e o próprio texto do Acordo Ortográfico.

exequátur – Grafia aportuguesada de exequatur, nome latino do instrumento diplomático pelo qual um governo expressa sua anuência a que um agente de outro país exerce a chefia de um consulado-geral, consulado ou vice-consulado em seu território. É o equivalente ao agrément dos embaixadores.

exceder – No sentido de “ir além, ultrapassar” algo ou alguém, é transitivo direto ou indireto: "Era um estudante que excedia os colegas"; "O peso da bagagem excedeu ao limite"; "Ninguém o excedia no conhecimento dos tratados de limites"; "Excedeu-se a si mesmo".

Excelentíssimo, Excelentíssima – De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, o vocativo “Excelentíssimo Senhor” (ou “Excelentíssima Senhora”) apenas se aplica aos presidentes dos três Poderes. Todos os demais destinatários, inclusive aqueles tratados por “Vossa Excelência”, recebem por vocativo apenas “Senhor + título ou cargo”: “Senhor Senador”, “Senhor Juiz”, “Senhora Ministra”, “Senhora Subchefe”, etc.

explodir – Não é verbo defectivo: conjuga-se regularmente em todas as pessoas.

FAO – Mesmo em português, usa-se a sigla FAO, mas o nome por extenso em português é Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

face a – A expressão tradicional em português é “em face de”. Não existe, porém, impedimento gramatical, sintático ou semântico quanto ao uso da expressão “face a”, já abonada pelos melhores dicionários e gramáticos.

fazer as vezes de – Não há crase na expressão: “Embora ainda fosse terceiro-secretário, fazia as vezes de chefe da missão.”

febre amarela – Sem hífen.

Federação da Rússia – Apesar de em inglês ser Russian Federation, o nome oficial do país, em português, é Federação da Rússia (conforme o francês Fédération de Russie e o espanhol Federación de Rusia).

feminicídio – Assassinato de uma mulher em razão de seu gênero. Foi tipificado em 2015, no Brasil, como crime hediondo.

femininos – Em regra, os substantivos e adjetivos em português tem flexão própria no feminino: a pilota (não “mulher piloto”), a soldada (não “mulher soldado”), a capitã, a adida, a embaixadora, a primeira-ministra, etc. Como regra geral, os cargos terminados em “-e” e em “-l” aceitam a terminação tradicional em “a” (presidenta, chefa; bacharela, oficiala, generala, marechala), embora modernamente se aceite também o uso desses nomes como comuns: a chefe, a oficial. As antigas terminações em “-isa” ou “-esa”, associadas ao diminutivo, são hoje preteridas: em sua maioria, escritoras preferem ser chamadas “poetas”, e não “poetisas”, e as mulheres que chefiam consulados devem ser chamadas cônsules (sendo “consulesas” as mulheres de cônsules). Nos casos de dúvida, siga-se a preferência da própria (“a presidenta” ou “a presidente”, etc.).

filantropo – Nessa grafia.

flamenco – Dança espanhola.

flamengo – Gentílico de Flandres, na Bélgica.

frente a – Expressão relativamente moderna e, por essa razão, preterida por gramáticos tradicionais. Não existe, porém, impedimento gramatical, sintático ou semântico quanto ao uso da expressão, já abonada pelos melhores dicionários e gramáticos.

fronteira – No Brasil, fronteiras separam território nacional de territórios estrangeiros; divisas separam unidades federativas; e limites separam cidades. Com 16.886 km de fronteiras com dez países, o Brasil é o país com a terceira maior extensão fronteiriça terrestre.

futuro do subjuntivo – São frequentes erros nesse tempo verbal. A confusão ocorre porque, na maioria dos verbos, o futuro do subjuntivo é idêntico ao infinitivo: "Se o governo receber", por exemplo. Há, porém, vários verbos em que o futuro do subjuntivo não coincide com o infinitivo: "Se o governo mantiver", não “manter”; "Se o governo repuser" (e não “repor”); "Se o governo intervier" (e não “intervir”). Nos casos em que o futuro do subjuntivo coincide com o infinitivo, podem ocorrer erros, por exemplo, de colocação pronominal: os infinitivos, em regra, admitem tanto próclise quanto ênclise; o futuro do subjuntivo, por ser futuro, e não um infinitivo, não. São erradas construções como “Se o governo não recebê-lo...” – a única forma possível é “Se o governo não o receber”.

Galícia, Galiza – Galícia, em português, é o nome de uma região da Europa central, entre a Polônia e a Ucrânia (gentílico: galiciano). A comunidade autônoma cujo nome em espanhol é Galicia é chamada, em português, Galiza. O gentílico é galego.

ganho ou ganhado – Em construções em que o particípio do verbo “gastar” se liga diretamente aos verbos ser e estar, usa-se o particípio irregular: “foi ganho”, “tinham sido ganhas”. Em construções em que o particípio do verbo se liga aos verbos ter e haver, tanto o particípio regular (“ganhado”) quanto o irregular (“ganho”) são admitidos na norma culta: “Já tinham ganho” ou “Já tinham ganhado”; “havia ganho” ou “havia ganhado”.

gasto ou gastado – Em construções em que o particípio do verbo “gastar” se liga diretamente aos verbos ser e estar, usa-se o particípio irregular: “foi gasta toda a quantia”, “já haviam sido gastos”. Em construções em que o particípio do verbo “gastar” se liga aos verbos ter e haver, tanto o particípio regular (“gastado”) quanto o irregular (“gasto”) são admitidos na norma culta: “Já tinham gasto” ou “Já tinham gastado”.

glaciar, glacial – Glaciar é um substantivo, sinônimo de geleira: Sobrevoamos imensos glaciares patagônicos. Glacial é um adjetivo: a última era glacial; temperaturas glaciais.

governo – Em regra, escreve-se com inicial minúscula: “O governo brasileiro saúda o povo e o governo do Sudão do Sul”; “Cumprimento as senhoras e os senhores embaixadores acreditados junto ao meu governo e os representantes dos organismos internacionais sediados em Brasília”; “Na reunião, os chefes de estado e de governo dos Estados-membros...”

grosso modo – Por ser expressão em língua estrangeira (latina), deve ser utilizada em itálico. Significa “aproximadamente”, “em geral”, “de modo genérico”. Não deve ser precedida da preposição "a".

Guianas, Guyana, guianês, guyanês – “Guianês” pode se referir a qualquer habitante da região historicamente conhecida como “Guianas”, que inclui parte do Brasil e da Venezuela, a antiga Guiana Britânica, a Guiana Francesa e a antiga Guiana Holandesa (atual República do Suriname). Ao adquirir a independência, a antiga Guiana Britânica mudou a grafia do próprio nome para Guyana, com “y”. O gentílico “guyanês” se refere, portanto, especificamente à República Cooperativa da Guyana, país cuja capital é Georgetown.

há ... atrás – Embora redundante (pode-se dizer, com o mesmo sentido e economia de palavras, “Há dez anos” ou “Dez anos atrás”), a forma híbrida (“Há dez anos atrás”) pode ser encontrada em bons autores há décadas e, na opinião de gramáticos como Celso Luft, já está há muito legitimada pelo uso. É usada na linguagem oral, inclusive na língua culta, para efeito de clareza. Na escrita formal, deve-se evitá-la.

Harlem, Haarlem – Use “Harlem” para o bairro em Nova York (EUA) e “Haarlem” para a cidade na Holanda (Países Baixos).

haxemita, haxemitas – Nessa grafia. O nome oficial da Jordânia é República Haxemita da Jordânia.

híndi – Escrever com acento gráfico, indicando a pronúncia paroxítona, que é majoritária, de uma palavra terminada em “i”: “O português é a sexta língua mais falada do mundo; as cinco primeiras são, em ordem decrescente, o chinês, o espanhol, o inglês, o híndi e o árabe.”

hindu – Adepto da religião hinduísta, isto é, do hinduísmo. Não é o mesmo que indiano (gentílico da Índia).

hipérbole – É a figura de linguagem do exagero: usar palavras e frases de efeito, valores exagerados (“já ocorreu dezenas de vezes”, “senão centenas”), abusar de adjetivos e advérbios. Como toda figura de linguagem, a hipérbole não é apropriada para a redação oficial ou diplomática, e mesmo em correspondências pessoais se recomenda seu uso limitado.

Holanda – Embora se refira apenas a uma região da porção continental dos Países Baixos, o nome “Holanda” é usado pelo próprio país em contextos esportivos ou de promoção turística, e a embaixada do país em Portugal chama-se oficialmente, em português, “Embaixada da Holanda em Lisboa”. O nome “Holanda” pode ser usado, portanto, em contextos informais – especialmente quando de fato se estiver referindo à região do país oficialmente denominada Holanda (dividida em Holanda do Norte e Holanda do Sul): as cidades de Amsterdam, Haarlem, Haia e Rotterdam, por exemplo, estão todas situadas em território holandês. Em seu site, a embaixada neerlandesa em Brasília informa que “a língua dos Países Baixos, o neerlandês ou holandês, é o idioma materno de mais de 21 milhões de holandeses e flamengos”.

honoris causa – Grafar em itálico.

hora extra, horas extras – Sem hífen.

hutu – Palavra oxítona. Invariável no feminino (“a cultura hutu”). O plural é regular: “os hutus”.

iene – Moeda japonesa. Plural: ienes.

ilegal – Não use para se referir a pessoa ou a condição migratória irregular.

ilhas ou Ilhas – Deve-se usar inicial maiúscula quando o substantivo faz parte de nome próprio (por exemplo: “o Brasil estabeleceu relações com as Ilhas Cook”; ou “Ilhas Marshall e Ilhas Salomão são países-membros das Nações Unidas”). Devem-se usar iniciais minúsculas quando o substantivo não fizer parte do nome próprio: as ilhas Fiji são tão belas quanto as ilhas Maurício (sem maiúsculas, pois os nomes oficiais dos países são “República de Fiji” e “República de Maurício”).

Ilhas Cayman – Gentílico: caymanês.

ilhéu – Feminino: ilhoa. O que vive em ilha, contraste com o espanhol isleño.

ilustríssimo – O Manual de Redação da Presidência da República manda abolir de comunicações oficiais o uso dos tratamentos ilustríssimo e digníssimo. O uso de “Ao Senhor” no destinatário e de “Senhor [+ cargo],” como vocativo já confere a necessária formalidade às comunicações oficiais.

imbrólio – Correto aportuguesamento do italiano imbroglio. Pode-se usar a forma original ou o aportuguesamento (mas evite-se a híbrida “imbróglio”).

iminente – Algo que deve ocorrer em breve. Não confundir com “eminente”, que significa “importante”.

importa notar / importa assinalar – Expressões que, da mesma forma que “vale assinalar”, “cumpre ressaltar”, etc., devem ser evitadas, por nada acrescentarem ao sentido do texto.

implicar – No sentido de “ter como consequência”, “acarretar”, é, originalmente, transitivo direto: Uma decisão que implica prejuízos futuros; O combate à corrupção implica a adoção de medidas drásticas, etc. A variante “implicar em”, mais recente, também ocorre, inclusive na norma culta.

in absentia – Usada para se referir a julgamento em que o réu não está presente. Mesmo com o réu ausente, os acusadores podem apresentar provas e convocar testemunhas.

inaugurar – Algo é inaugurado ou se inaugura, não simplesmente “inaugura”.

inexorável – Na palavra, e em todos os derivados (em português), o “x” tem som de “z”.

informar – É possível informar alguém de algo ou informar algo a alguém. São exemplos corretos, portanto: “É função das embaixadas informar a Secretaria de Estado do andamento da situação política.” “Todos os servidores foram informados sobre as mudanças.” “As mudanças foram informadas a todos os servidores.” “O consulado informou aos vice-consulados que a reunião fora um sucesso.” “O consulado informou-lhes que a reunião fora um sucesso.”

inicializar – Anglicismo desnecessário, a ser evitado pelo vernáculo “iniciar” ou sinônimo.

intermediar – Tem dois modelos de conjugação: o irregular, predominante em Portugal, é feito à semelhança de “odiar”: intermedeio, intermedeias, intermedeia: “A União Europeia intermedeia as discussões.” No Brasil, usa-se sobretudo a forma regular: “O Brasil intermedia as discussões.” A dupla conjugação ocorre com muitos verbos terminados em “-iar”, como “negociar”, “premiar”, etc. Em Portugal, diz-se “A União Europeia negoceia em bloco”, “A Academia premeia os vencedores”, enquanto no Brasil é predominante a conjugação regular. Ambas as conjugações são válidas.

Internet – Escrever com letra maiúscula, quando usado como nome próprio da rede mundial: “a página do Itamaraty na Internet”. Se tratado como substantivo comum, com inicial minúscula, deveria ser marcado como estrangeirismo (e consequentemente destacado, por exemplo, por meio do itálico: uma internet). Informalmente, usa-se por vezes em contextos em que a forma preferível seria “conexão”: “A conexão está lenta hoje.”

iuane – Moeda chinesa. Plural: iuanes.

Jersey – Nessa grafia.

juro, juros – Juro é singular, juros é o plural.

Kiev – Em inglês, usar a transliteração oficial ucraniana, Kyiv. Em português, a forma tradicional, a ser usada, é Kiev. Gentílico: kievense.

Kosovo – Usa-se com artigo (“no Kosovo”, “o Kosovo”). O gentílico é kosovar (no masculino e no feminino); plural: kosovares.

km – O símbolo de quilômetro é “km”, com letra minúscula. Assim, escreva-se “Área: 95.346 km2”.

Liga Árabe – O nome oficial é Liga dos Estados Árabes (não “de”); o nome curto, “Liga Árabe”. É preferível o uso da forma curta, Liga Árabe, ao de siglas como LEA.

lone wolf – Expressão usada em inglês para designar um terrorista que atua sozinho, sem filiação a uma organização. O equivalente recomendado em português é rato solitário (não “lobo”).

Luhansk – Para fins de padronização, usar a grafia Luhanks (e não Lugansk).

madraça – Substantivo feminino: escola corânica. Usar nessa grafia, em substituição ao desusado “madraçal” e a grafias estrangeiras como “madrasa” ou “madrassa”.

magnicídio – Assassinato de uma alta autoridade (por exemplo, o chefe de Estado).

mandado – De segurança, de prisão, de busca e apreensão, de injunção, etc.

mandato – De senador, de deputado, etc.

Mar – Quando faz parte do nome próprio, usa-se com inicial maiúscula: o Mar Morto, o Mar do Caribe, o Mar de Aral, etc.

massivo – Em português, o equivalente vernáculo é “maciço”.

mediar – Tem dois modelos de conjugação: o irregular, predominante em Portugal, é feito à semelhança de “odiar”: medeio, medeias, medeia: “Quem medeia a discussão agora à tarde?” No Brasil, usa-se sobretudo a forma regular: “O Brasil media as discussões.”

membra – Palavra existente e correta, como feminino de membro, para se referir a mulher que pertence a grupo ou organização.

Mesa – Usa-se com inicial maiúscula quando é o nome de órgão deliberativo: “a Mesa Diretora do Senado Federal – mais comumente chamada simplesmente de ‘a Mesa’ – é instância...”

microempresas – Nessa grafia.

micro e pequenas empresas – “Micro” permanece invariável: As micro e pequenas empresas.

milhão, milhões – São sempre masculinas. Duzentos milhões de pessoas (não duzentas milhões). Embora escrevam-se com “lh”, os derivados escrevem-se todos com “li”: milionésimo, milionário, etc.

missão – Em regra, com inicial minúscula: “os chefes de missões diplomática”; “uma missão diplomática”. Escreve-se com maiúscula quando forma parte de nome próprio: “a Missão Permanente do Brasil em Genebra”; “a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti”.

Moldávia – Nome de uma região da Europa, dividida entre a República da Romênia e a República da Moldova. A atual Moldova foi também chamada “Moldávia” quando, antes da independência, fazia parte da União Soviética.

Moldova – País europeu, cujo nome oficial é República da Moldova. Antes da independência, chama-se “República Socialista Soviética da Moldávia”. A língua oficial da Moldova é hoje o romeno; sua capital é Chișinău (pronunciada Kishinau) e o gentílico referente ao país é moldovo: a população moldova; os recursos moldovos.

Montreal – Usar nessa grafia.

mudança(s) do clima – É a forma a ser usada, em lugar da antiga mudança(s) climática(s).

nem – Conjunção aditiva que significa “e não”, “e tampouco”, dispensando, portanto, a conjunção e: “Não foram feitos reparos à proposta inicial, nem à nova versão do projeto.” “O instrumento de adesão à referida Convenção não foi aprovado nem depositado em Londres em tempo hábil.” Observe-se, porém, que a conjunção “e” pode preceder as locuções adverbiais nem mesmo, nem sequer e nem ao menos.

nesse país, nessa cidade, nessa capital – Referem-se ao local onde está o interlocutor, quando o interlocutor não está no mesmo local que o orador.

neste país, nesta cidade, nesta capital – Referem-se ao local onde está o orador.

no sentido de (que) – Evite o abuso que confere a essa locução uma função conjuntiva desprovida de sentido. Empregue também com vistas a, a fim de, com o fito (objetivo, intuito, fim) de, com a finalidade de, tendo em vista ou mira, tendo por fim.

nosso, nossa, nossos, nossas – Não use o possessivo da primeira pessoa do plural: nosso país, nossa embaixada, etc. Empregue o Brasil, a embaixada brasileira ou a embaixada do Brasil, o posto, a delegação do Brasil, etc.

Nova York – Usar nessa grafia, tanto para a cidade quanto para o estado dos EUA. Gentílico: nova-iorquino.

num, numa – Contrações corretas de “em” + “um” e “em” + “uma”, tão gramaticais quanto “no”, “naqueles”, etc.

objetivar / ter por objetivo – Ter por objetivo pode ser alternado com pretender, ter por fim, ter em mira, ter como propósito, no intuito de, com o fito de. Objetivar significa antes “materializar”, “tornar objetivo” (objetivar ideias, planos, o abstrato).

obrigado – O sentido original obrigaria a concordância – ao assinar uma mensagem em nome de uma assessoria, por exemplo, somente seria lícita, por essa lógica, a forma “(muito) obrigada”, e ao se redigir na primeira pessoa do plural, seria obrigatório o uso de “(muito) obrigados”. Mesmo na língua culta, porém, sempre foi comum, em ambos os casos, o uso oficial de “(muito) obrigado”, usado com valor interjetivo (como atesta Houaiss). Como, porém, persiste censura de uns a esse uso invariável, pode ser preferível o uso de formas verbais, como “(Muito) agradeço”, “Agradecemos (muitíssimo)”, “Com meus/nossos sinceros agradecimentos”, etc.

obsequiar, obséquio – Na pronúncia culta tradicional, o “s” tem o som de “z” (são da mesma família de “exéquias”). Em “subsídio” e “subsidiar”, porém, a pronúncia culta e tradicional do segundo “s” é com o som de “ss”: “subci-”.

observador permanente – Título do chefe de uma missão diplomática com status de observadora – em geral, junto a um organismo internacional (por exemplo: o chefe da missão diplomática da Palestina junto às Nações Unidas).

Oceano – Com inicial maiúscula, nos nomes de oceanos: o Oceano Atlântico; no Oceano Índico; do Oceano Pacífico; etc.

"o fato de o", "de a", "de ele" – O Acordo Ortográfico em vigor reafirma o preceito da gramática normativa que recomenda não ligar a preposição (por exemplo, “de”) a palavras que se lhe sigam, quando antecedidas de verbo no infinitivo: "O fato de o país ter crescido a taxas elevadas no período..."; "O fato de eles ainda não terem respondido à consulta..."; etc.

Olimpíada, Olimpíadas – Como ensinam Aurélio e Houaiss (e como mostra o uso geral), os dois termos são sinônimos, e equivalem ainda a “jogos olímpicos”. Quando entendidos como nomes próprios, podem ser usados com maiúsculas: “as Olimpíadas de Pequim”, etc. Pode-se usar indistintamente, portanto: “as Olimpíadas do Rio”, “a Olimpíada do Rio” ou “os Jogos Olímpicos do Rio”, etc.

operacionalizar – Neologismo desnecessário. Prefira: fazer, executar, levar a cabo ou a efeito, pôr em obra, praticar, cumprir, desempenhar, produzir, efetuar, construir, compor, estabelecer.

operações de paz – O termo genérico “operações de paz” faz referência às operações de consolidação da paz (peacemaking), de manutenção da paz (peacekeeping) e de construção da paz (peacebuilding).

opor veto – Vetar é opor veto. Apor é 'acrescentar'. O veto é oposto, nunca aposto.

organismo internacional – É forma consagrada e correta, até mais usual (figura, por exemplo, na Constituição Federal) que “organização internacional”, para traduzir a expressão “international organization” (ou “organisation”).

outrossim – Advérbio em desuso. Evite-o. Quando de fato cabível, substituir por “do mesmo modo” ou “igualmente”.

obedecer – Rege a preposição “a”: Obedecer a alguém ou a alguma coisa (obedecer-lhe). “As reformas obedeceram à lógica do programa de governo.” “É necessário que as autoridades constituídas obedeçam aos preceitos da Constituição.” “Todos lhe obedecem.”

pago ou pagado – Em construções em que o particípio do verbo “pagar” se liga diretamente aos verbos ser e estar, usa-se o particípio irregular: “foi pago”, “tinham sido pagas”. Em construções em que o particípio do verbo se liga aos verbos ter e haver, tanto o particípio regular (“pagado”) quanto o irregular (“pago”) são admitidos na norma culta: “Já tinham pago” ou “Já tinham pagado”; “havia pago” ou “havia pagado”.

PALOP – Sigla de “países africanos de língua oficial portuguesa”. Embora também se possa usar no singular, a sigla é tradicionalmente usada no plural, razão pela qual dispensa o “s” ou qualquer marcação do plural: “Angola e Moçambique são os dois maiores PALOP.”

Paralimpíada, paralimpíadas – Nessa grafia, como “Jogos Paralímpicos” e “Comitê Paralímpico”. Pode ser usada indistintamente no plural ou no singular, com maiúscula ou minúscula (ver “olimpíada, olimpíadas”).

Paraty – Nessa grafia; o nome da cidade é Paraty; o gentílico, paratiense.

parêntese – Usar nessa forma: um parêntese, os parênteses.

partidos políticos – A menos que se trate de um partido novo, as siglas de partidos políticos brasileiros não precisam vir acompanhadas do nome por extenso do partido. Imediatamente após a primeira menção a um político, porém, deve-se escrever, entre parênteses a sigla de seu partido, separada, com barra, da sigla de seu estado: “O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB/SC).”

peacekeepers – Incluem militares, mas também policiais e civis. Dependendo do contexto, peacekeepers poderá ser traduzido por “capacetes azuis”, “forças de manutenção da paz”, “forças de paz”, “missão de paz”, “tropas de paz”, “pacificadores”, etc.

peço / rogo / solicito / muito agradeceria – Apenas nas notas diplomáticas é recomendado o uso das expressões “Tenho a honra de solicitar” ou “Tenho a honra de me dirigir a Vossa Excelência para solicitar.” Em qualquer outro caso, prefira a forma direta: peço, rogo, solicito ou muito agradeceria.

pedir – A regência tradicional é pedir a alguém alguma coisa (Pediu ao assessor o relatório da reunião) ou pedir a alguém que faça alguma coisa (Pediu aos interessados que procurassem a área competente).

penalizar – Pode ser usado como sinônimo de “apenar”, “punir”, “castigar” (e “penalizado” como “punido”, etc.). Outrora condenado por puristas, esse sentido de penalizar já tem o respaldo de todos os bons dicionários.

persona non grata – Plural: personae non gratae. A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas determina que “O Estado receptor poderá a qualquer momento, e sem ser obrigado a justificar a sua decisão, notificar ao Estado de origem que o chefe da missão ou qualquer membro do pessoal diplomático da missão é persona non grata ou que outro membro do pessoal da missão não é aceitável. O Estado de origem, conforme o caso, retirará a pessoa em questão ou dará por terminadas as suas funções na missão. Uma pessoa poderá ser declarada non grata ou não aceitável mesmo antes de chegar ao território do estado receptor.”

persuadir – Persuade-se alguém de alguma coisa (Persuadiram o cientista de que a experiência fracassara) ou se persuade alguém a alguma coisa (O interventor persuadiu os resistentes à rendição).

Petrobras – O nome da empresa não tem acento.

Poder, Poderes – Usar maiúsculas quando se refira aos Poderes da República: “O Poder Legislativo”, “os Poderes Executivo e Judiciário”. Não confundir Poder da República com poder público, expressão que deve ser escrita com iniciais minúsculas, assim como outras acepções gerais da palavra "poder".

polaco e polonês – Formas sinônimas; ambas podem ser usadas. “Polaco” é a forma tradicional e é a única usada nos países de língua espanhola, em Portugal e nos demais países lusófonos como gentílico de Polônia.

Port of Spain – Capital de Trinidad e Tobago. Usar nessa grafia, sem hifens.

posto – Em regra, com inicial minúscula: “o chefe do posto”; “os postos do Brasil no exterior”.

poupar – No sentido de “fazer que não despenda”, é transitivo direto ou bitransitivo (poupar a alguém alguma coisa): Poupou despesas (aos pais). Poupou trabalho (aos médicos). No sentido de “proteger(-se) [de algo penoso]”, é bitransitivo e pronominal, poupar-se de algo ou alguma coisa: Poupou os idosos de desgostos. Poupei-me desses problemas.

precisar – É transitivo indireto: quem precisa, precisa de alguma coisa. Com verbos no infinitivo, a preposição pode ser dispensada: precisamos agir com rapidez. Não é errada, porém, sua manutenção: precisamos de agir com rapidez.

presidenta – O feminino flexionado “presidenta” é forma tradicional, registrada em dicionários e gramáticas desde 1812 (como “infanta”, “parenta”, etc.). Posteriormente, a partir de meados do século XX, passou-se a admitir também “presidente” como comum de dois gêneros (“a presidente”). As duas formas são consideradas corretas e equivalentes por todos os gramáticos e dicionaristas contemporâneos. Em casos de dúvida, use-se a forma usada pela própria pessoa.

preferir – A regência culta tradicional admite apenas a preposição “a”: preferir uma coisa a outra. Vale o mesmo para o adjetivo preferível: “Isto é preferível àquilo.”

Primeira-secretária, segundo-secretário, terceiros-secretários – Evite 1a Secretária, 2o-Secretário; use sempre por extenso: primeira-secretária, segundo-secretário (no plural: primeiros-secretários, terceiras-secretários).

Punjab – Usar nessa grafia. O gentílico é punjabi.

Quebec – Usar nessa grafia. A província se chama simplesmente “Quebec”; quando se fala, portanto, sobre “a província do Quebec”, a palavra “província” dispensa a inicial maiúscula. Já a cidade de mesmo nome chama-se, oficialmente, “Cidade de Quebec”; por essa razão, a primeira palavra do nome (“Cidade”) deve vir sempre em maiúscula. Note-se que a cidade é “de” Quebec, mas a província admite o artigo (masculino): o Quebec, no Quebec, do Quebec. Gentílico em português: quebequense.

ratificação – Quem ratifica (ou não) um acordo, decreto, tratado, etc. é o Poder Executivo, e não o Poder Legislativo. Este pode aprovar (ou não) o texto do acordo, mas, após a aprovação parlamentar, cabe ainda, no Brasil, ao presidente da República decidir se ratifica ou não o compromisso, podendo decidir não o fazer mesmo após tê-lo assinado e obtido a aprovação pelo Congresso Nacional (que apenas pode autorizar o Poder Executivo a proceder à ratificação, mas não obrigá-lo a fazê-lo).

rato solitário – Adaptação recomendada ao português da expressão lone wolf, que se refere ao terrorista que atua sozinho.

reda(c)tar – Não existe em português nem “redactar” nem “redatar” com o sentido de redigir, escrever; seu uso é erro causado por influência do espanhol.

Recife – O nome da cidade brasileira leva oficialmente o artigo definido: Prefeitura do Recife; Câmara Municipal do Recife; governo do Recife. No caso de cidades brasileiras, portuguesas e de demais países lusófonos, segue-se o uso oficial feito pelo governo local: assim, a quase totalidade dos nomes de cidades não admite artigo; entre as poucas exceções, levam artigo definido: o Recife, o Rio de Janeiro, o Porto, o Crato.

recorde – Usar nessa grafia.

relativo a – Para evitar a repetição, pode-se empregar também: referente a, concernente a, tocante a, atinente a, pertencente a, que diz respeito a, que trata de.

renunciar – Modernamente, usa-se como transitivo indireto, sempre com a preposição “a”: “Renunciarei à chefia da divisão.” “Renunciou ao cargo de presidente da comissão.”

responder – Rege a preposição “a”: “responder a uma mensagem” (não “responder uma mensagem”); “responder a este telegrama”; “responder à consulta”; “responder ao chefe”.

risco de vida / risco de morte – Ambas as expressões são legítimas e podem ser usadas como sinônimas de “risco de morrer”, “risco de perder a vida”.

rupia – A moeda da Índia e de vários outros países é a rupia (sílaba tônica: pí), não rúpia.

saarauí, saarauís – Gentílico do Saara Ocidental (antigo Saara Espanhol, atualmente reivindicado pelo Marrocos e pela autoproclamada “República Árabe Saarauí Democrática”). Usar nessa forma, oxítona, com o “i” tônico dos gentílicos de origem árabe.

site – Redução de website. Na redação oficial, há alternativas preferíveis como “página”, “endereço”, “portal” ou “sítio”, que podem ser seguidos ou não de determinante (“eletrônico”, “virtual”, “na Internet”, “da Internet”), etc.

salvo melhor juízo – Cacoete da linguagem jurídica, desnecessário no ambiente diplomático. Toda opinião submetida a chefias pode, naturalmente, ser contraditada. São dispensáveis essa expressão, sua sigla (s.m.j.) e todas as outras fórmulas de mesmo sentido, que nada acrescentam ao texto.

sámi – Usar essa forma para se referir ao povo lapão, originário da Finlândia e de partes da Suécia, da Noruega e da Rússia.

Santo Domingo – Capital da República Dominicana.

“se” como indeterminador do sujeito – Quando usado como indeterminador do sujeito, o pronome “se” mantém-se no singular: “Na Grécia antiga adorava-se a vários deuses”, “Precisa-se de funcionários”, “Lá, vive-se bem, mas não se é feliz”, “Pela primeira vez, ouviu-se críticas ao novo chefe”, “Nunca se viu tantos títulos latino-americanos nas livrarias brasileiras”, “Não se deu ouvidos às queixas”, “Mesmo nos clássicos já se vê exemplos desse tipo”, “Constatada a existência de erros, fez-se alterações pontuais no texto”. Apenas com verbos transitivos diretos é possível empregar o “se” não como indeterminador, mas como apassivador, o que permite conjugações como: “Ouviram-se críticas”, “Nunca se viram tantos títulos”, “Não se deram ouvidos”, “Já se veem exemplos”, “Fizeram-se alterações”. Tanto as construções com “se” apassivador quanto aquelas com “se” indeterminador (“ouviu-se críticas” ou “ouviram-se críticas”, “fez-se alterações” ou “fizeram-se alterações”, etc.) têm emprego na norma culta – redação oficial, literária, jornalística, etc. – tanto histórica quanto atualmente, em todos os países lusófonos, e são abonadas por gramáticos.

Sri Lanka – Gentílico: srilankês. A forma “cingalês” faz referência apenas à etnia majoritária no país e à sua língua, não sendo sinônima de “srilankês”, que se refere a todo o país.

statu quo – A grafia correta é essa (e não status quo).

“sub-“ – Liga-se sem hífen: subchefe, subchefia, subsecretário-geral, subdesenvolvimento, subsaariano.

subsidiar, subsídio – Na pronúncia culta tradicional, o segundo “s” tem som de “ss”, e não de “z” (como em subsolo, subsaariana, subsecretário).

sultão – O feminino, irregular, é sultana. O plural mais usual é sultões. Sumatra – Usar nessa forma.

tedeum – Adaptação à língua espanhola da locução latina Te Deum, que designa uma cerimônia religiosa (por exemplo, uma missa) em que se dá graças. Em países hispânicos, é comum a realização de um tedeum" entre as cerimônias oficiais da posse de um novo presidente. Como estrangeirismo, deve ser grafado em itálico.

ter a ver / ter que ver – Ambas as expressões são corretas e podem ser usadas com o sentido de “ter relação com”, “estar relacionado com”, “dizer respeito a”.

ter de / ter que – Ambas as construções existem e são admitidas na norma culta: pode-se dizer indiferentemente temos de enfrentar o problema ou temos que enfrentar o problema (a antiga diferenciação de sentido entre as duas formas não mais existe).

ter pago ou pagado, aceito ou aceitado, ganho ou ganhado – Não é verdade que apenas as formas regulares (ou longas) de particípios (como aceitado, pagado, gastado e ganhado) possam ser usadas com os verbos ter e haver, assim como tampouco procede que apenas as formas irregulares (curtas) estejam corretas. Ambas as formas de construção ocorrem e são corretas na linguagem culta.

Timor-Leste – Por se tratar de país que também usa oficialmente a língua portuguesa, é essencial o uso correto, em documentos oficiais, do nome do país em português: escreve-se sempre com hífen e sem artigo definido: diga-se – e escreva-se – “em Timor-Leste” (não ‘no’); “de Timor-Leste” (não ‘do’); “a Timor-Leste” (não ‘ao’), etc.

tratar-se de – É sempre usado com sujeito indeterminado e, portanto, invariável: “Trata-se aqui dos adidos”. É incorreto seu uso com sujeito: “*Um adido trata-se de um funcionário que...” ou qualquer flexão: “Como se tratam de propostas que precisam ser aprovadas pelo Congresso” (o correto é: “Como se trata de propostas que precisam...”).

trema – Atualmente só deve ser usado, em português, na grafia de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados: Müller e mülleriano, etc.

tútsi – Palavra paroxítona. Invariável no feminino (“a cultura tútsi”). O plural é regular: “os tútsis”.

UNASUL – União de Nações Sul-Americanas.

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Mesmo em português, usa-se a sigla em inglês, UNESCO. Por ser um acrônimo longo, de uso frequente e de conhecimento generalizado, pode ser escrito com apenas maiúscula inicial: “As discussões no âmbito da Unesco (...)”

sobressair – No sentido de “distinguir-se”, pode ser usado não pronominalmente: "Seu estilo sobressai em meio aos dos demais." "O edifício sobressaía no horizonte."

solicitar – No sentido de “rogar”, “pedir”, é bitransitivo: solicitar algo a alguém (ou de alguém). Solicitou o suplemento literário a seu amigo. Solicitou a atenção de todos os presentes. O complemento direto é a coisa solicitada; o complemento indireto, a pessoa a quem se solicita. Por essa razão, são incorretas construções como “*alguém foi solicitado a fazer algo”.

suceder – Na acepção de “vir depois”, “substituir”, pede objeto indireto: “O filho sucederá ao pai na chefia da empresa. Nunca conheci o diplomata a quem sucedi nesta função.” Pede igualmente objeto indireto no sentido de “acontecer (algo a alguém)”: “Nunca mais o vi; o que lhe terá sucedido?”

todo, todo o – A diferenciação que modernamente se tentou criar entre as duas formas não existe na gramática tradicional, não tem respaldo na história nem nos usos da língua, como já observavam Said Ali e Ruy Barbosa: “Todo o ato lícito que vise a resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos é um ato jurídico” ou “Todo ato lícito que...”, indiferentemente; “todo o mundo” ou “todo mundo”, etc. No plural, o artigo é de rigor.

tratar-se de – É sempre usado com sujeito indeterminado e, portanto, invariável: “Trata-se aqui dos adidos.” É incorreto seu uso com sujeito: “Um adido trata-se de um funcionário que...” ou qualquer flexão: “Como se tratam de propostas que precisam ser aprovadas pelo Congresso” (o correto é: “Como se trata de propostas que precisam...”).

travesti – A concordância gramatical de gênero faz-se conforma a autoidentificação: “Duas travestis que visitam a cidade foram detidas pela polícia por vestirem-se como mulheres, o que é crime no país. Ambas aguardam em liberdade o julgamento.”

Ufá – Cidade na Rússia.

UNRWA – Sempre, na primeira menção à agência, usar o nome completo, acompanhado da sigla, indicando tratar-se de sigla em inglês: “A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês)”. Nas menções seguintes, pode-se usar apenas a sigla (“A UNRWA...”).

veredito / veredicto – Ambas as escritas (e pronúncias) são admitidas.

viger – Significa vigorar, ter vigor, ser válido. Seu gerúndio, regular, é “vigendo”. A portaria vige. A lei tributária vigente naquele ano. Não é verbo defectivo – pode ser conjugado, portanto, em todas as pessoas e tempos. É um verbo regular, com a vogal “e” (e não “i”) na terminação de suas conjugações: "O decreto continua vigendo." "Aquelas regras vigeram no país até 2009." "A lei tributária vigente naquele ano." Não existe ‘vigir’.

visar – É transitivo direto no sentido de validar, autenticar um documento. Exemplo: “Visou uma minuta”; “visou o passaporte”. Com o sentido de “objetivar”, a regência formal é transitiva indireta, com a preposição a: “O projeto visa ao estabelecimento de uma nova ética social.” “As providências visavam ao interesse das classes desfavorecidas.” Ante verbos no infinitivo, a preposição é dispensável: “Visavam (a) reunir o maior número de países do continente.”

vir a – A preposição usual é “a” (vir ao Brasil), embora, como com “chegar” e “ir”, também ocorra modernamente com a preposição “em”: Ele nunca tinha vindo aqui em casa. Quando ao verbo “vir” se segue outro verbo, a preposição “a” é de rigor entre os dois verbos: "Isso poderia vir a prejudicar as relações bilaterais." É preferível, porém, a supressão da locução, quando nada acrescente.

vultoso – Sinônimo de “volumoso” ou “de vulto”, “importante”, não tem “u”: um vultoso poeta; vultosas quantias.

Waziristão – Usar nessa grafia. Gentílico: waziristanês.

Westfália – Nessa grafia em português. Gentílico: westfaliano.

xador – Peça de vestuário feminino usada sobretudo no Irã; escreve-se com o “x”, obrigatório nas palavras aportuguesadas de origem árabe ou persa.

xaria – O direito islâmico; a lei islâmica.

xeique – Usar nessa forma – e não xeque (hoje desusado com esse sentido) nem *sheikh. O feminino é xeica: Na ocasião, foi recebida pela xeica do Catar, Mozah Bin Nasser Al-Thani.

xerpa – Povo tibetano com tradição na função de guias; também se chama xerpa ao enviado / emissário / representante de um chefe de Estado ou de governo nas reuniões preparatórias de um evento de cúpula. Em português, usar nessa grafia.

Yalta – Nessa grafia.

zero – A forma tradicional usada em Portugal e nos demais países lusófonos, assim como em inglês e em espanhol e empregada de forma natural pelos falantes brasileiros, é a quem mantém o substantivo no plural: “zero graus”, “zero reais”, “zero euros” (em inglês, corretamente: zero degrees e zero dollars; em espanhol, cero grados e cero pesos/euros; em Portugal e nos demais países lusófonos: zero graus, zero euros/escudos/reais/etc.).

zika – Os nomes de doenças escrevem-se, em português, com inicial minúscula: a gripe, a cólera, o ebola, a zika. O vírus chama-se vírus da zika, vírus zika ou, simplesmente, o zika. Não usar a construção invertida, inglesa, Zika virus.

Zimbábue – Como gentílico, use-se zimbabueano, forma usada nos países africanos lusófonos.