Mudanças entre as edições de "Colocação pronominal"

De Manual de Redação - FUNAG
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Em relação ao verbo, o pronome átono pode estar:
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'''Em relação ao verbo, o pronome átono pode estar:'''
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a) ENCLÍTICO (isto é, depois dele; essa é a regra em língua portuguesa):
 
a) ENCLÍTICO (isto é, depois dele; essa é a regra em língua portuguesa):
“Calei-me”.
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“Calei-me”
 
   
 
   
Sendo o pronome átono objeto direto ou indireto do verbo, a sua posição lógica, normal, é a ênclise
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Sendo o pronome átono objeto direto ou indireto do verbo, a sua posição lógica, normal, é a ênclise.
 
   
 
   
b ) PROCLÍTICO,
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b) PROCLÍTICO (isto é, antes dele):
isto é, antes dele:
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“Eu me calei"
“Eu me calei.
 
 
   
 
   
c) MESOCLÍTICO,
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c) MESOCLÍTICO (ou seja, no meio dele, colocação que só é possível com formas do futuro do presente ou do futuro do pretérito):
ou seja, no meio dele, colocação que só é possível com formas do futuro do
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“Calar-me-ei”
presente ou do futuro do pretérito:
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“Calar-me-ia”  
“Calar-me-ei”.
 
“Calar-me-ia”.
 
  
Fatores que flexibilizam a regra de ênclise:
 
  
Com um só verbo
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'''Fatores que flexibilizam a regra de ênclise:'''
1. Quando o verbo está no FUTURO DO PRESENTE ou no FUTURO DO PRETÉRITO: somente PRÓCLISE ou MESÓCLISE do pronome
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'''Com um só verbo'''
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1. Quando o verbo está no FUTURO DO PRESENTE ou no FUTURO DO PRETÉRITO: somente PRÓCLISE ou MESÓCLISE do pronome:
  
 
Eu me calarei.
 
Eu me calarei.
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Calar-me-ia.
 
Calar-me-ia.
  
2. Fator que obriga a PRÓCLISE, a saber:  
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Orações que contêm palavra negativa (não, nunca, jamais, ninguém, nada, etc.) sem pausa entre a referida palavra e o verbo:  
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2. Fator que obriga a PRÓCLISE, a saber:  
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a) Orações que contêm palavra negativa (não, nunca, jamais, ninguém, nada, etc.) sem pausa entre a referida palavra e o verbo:  
  
 
— Não lhes dizia eu?
 
— Não lhes dizia eu?
 
(M. de Sá-Carneiro, CF, 348.)
 
(M. de Sá-Carneiro, CF, 348.)
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Nunca o vi tão sereno e obstinado.
 
Nunca o vi tão sereno e obstinado.
 
(C. dos Anjos, M, 316.)
 
(C. dos Anjos, M, 316.)
  
Orações iniciadas com pronomes ou advérbios interrogativos:
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b) Orações iniciadas com pronomes ou advérbios interrogativos:
  
 
Quem me busca a esta hora tardia?
 
Quem me busca a esta hora tardia?
 
(M. Bandeira, PP, I, 406.)
 
(M. Bandeira, PP, I, 406.)
  
Por que te assustas de cada vez?
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Por que te assustas de cada vez?
 
(J. Régio, JA, 98.)
 
(J. Régio, JA, 98.)
  
Orações exclamativas ou que exprimem desejo:
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c) Orações exclamativas ou que exprimem desejo:
  
 
Que o vento te leve os meus recados de saudade.
 
Que o vento te leve os meus recados de saudade.
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(B. Santareno, TPM, 18.)
 
(B. Santareno, TPM, 18.)
  
Orações subordinadas desenvolvidas, ainda que a conjunção esteja oculta:  
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d) Orações subordinadas desenvolvidas, ainda que a conjunção esteja oculta:  
  
 
Quando me deitei, à meia-noite, os preços estavam à altura do pescoço.
 
Quando me deitei, à meia-noite, os preços estavam à altura do pescoço.
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(A. Peixoto, RC, 174.)
 
(A. Peixoto, RC, 174.)
  
Gerúndio regido da preposição “em”:
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e) Gerúndio regido da preposição “em”:
  
 
— Em lhe cheirando a homem chulo é com ele.
 
— Em lhe cheirando a homem chulo é com ele.
 
(Machado de Assis, OC, I, 755.)
 
(Machado de Assis, OC, I, 755.)
  
3. Não há ênclise ou próclise com PARTICÍPIOS. Quando o PARTICÍPIO vem desacompanhado de auxiliar, usa-se sempre a forma oblíqua regida de preposição.   
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3. Não há ênclise ou próclise com PARTICÍPIOS. Quando o PARTICÍPIO vem desacompanhado de auxiliar, usa-se sempre a forma oblíqua regida de preposição.   
  
 
Ex: Dada a mim a explicação, saiu.
 
Ex: Dada a mim a explicação, saiu.
4. Com os infinitivos, PRÓCLISE e ÊNCLISE são válidas, embora haja tendência para esta colocação pronominal.  
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4. Com os infinitivos, PRÓCLISE e ÊNCLISE são válidas, embora haja tendência para esta colocação pronominal.  
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Canta-me cantigas para me embalar!
 
Canta-me cantigas para me embalar!
 
(Guerra Junqueiro, S, 118.)
 
(Guerra Junqueiro, S, 118.)
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Para não fitá-lo, deixei cair os olhos.
 
Para não fitá-lo, deixei cair os olhos.
 
(Machado de Assis, OC, I, 807.)
 
(Machado de Assis, OC, I, 807.)
  
A ênclise é ainda mais empregada quando o pronome tem a forma “o” (principalmente no feminino “a”) e o infinitivo vem regido pela preposição “a”  
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A ênclise é ainda mais empregada quando o pronome tem a forma “o” (principalmente no feminino “a”) e o infinitivo vem regido pela preposição “a”  
  
 
Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
 
Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
 
(R. Barbosa, EDS, 743.)
 
(R. Barbosa, EDS, 743.)
Logo os outros, Camponeses e Operários, começam a imitá-la .
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Logo os outros, Camponeses e Operários, começam a imitá-la.
 
(B. Santareno, TPM, 120.)
 
(B. Santareno, TPM, 120.)
  
5. Celso Cunha ainda identifica uma tendência à PRÓCLISE pronominal nos seguintes casos:
 
  
Advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez) ou expressões adverbiais sem pausa que os separe.  
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5. Celso Cunha ainda identifica uma tendência à PRÓCLISE pronominal nos seguintes casos:
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a) Advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez) ou expressões adverbiais sem pausa que os separe.  
  
 
Até a voz, dentro em pouco, já me parecia a mesma.
 
Até a voz, dentro em pouco, já me parecia a mesma.
 
(Machado de Assis, OC, I, 858.)
 
(Machado de Assis, OC, I, 858.)
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Só depois se senta no chão a chorar.
 
Só depois se senta no chão a chorar.
 
(Alves Redol, MB, 255.)
 
(Alves Redol, MB, 255.)
  
orações em ordem inversa iniciada por objeto direto ou predicativo  
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b) Orações em ordem inversa iniciada por objeto direto ou predicativo.
  
 
Tiram mais que na ceifa; isso te digo eu.
 
Tiram mais que na ceifa; isso te digo eu.
 
(Alves Redol, G, 108.)
 
(Alves Redol, G, 108.)
  
Sujeito anteposto ao verbo com o numeral “ambos” ou pronomes indefinidos (todo, tudo, alguém, outro, qualquer, etc.)  
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c) Sujeito anteposto ao verbo com o numeral “ambos” ou pronomes indefinidos (todo, tudo, alguém, outro, qualquer, etc.)  
  
 
Alguém lhe bate nas costas.
 
Alguém lhe bate nas costas.
 
(A. M. Machado, JT, 208.)
 
(A. M. Machado, JT, 208.)
  
orações alternativas (ou / ora)  
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d) orações alternativas (ou / ora)  
  
 
Das duas uma: ou as faz ela ou as faço eu.
 
Das duas uma: ou as faz ela ou as faço eu.
(Sttau Monteiro, AP], 39.)
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(Sttau Monteiro, AP, 39.)
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Com uma locução verbal
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'''Com uma locução verbal'''
  
 
Locuções verbais com verbo principal no INFINITIVO ou no GERÚNDIO permitem:  
 
Locuções verbais com verbo principal no INFINITIVO ou no GERÚNDIO permitem:  
  
1. SEMPRE a ÊNCLISE
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1. SEMPRE a ÊNCLISE
  
 
O roupeiro veio interromper-me.
 
O roupeiro veio interromper-me.
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Ia desenrolando-se a paisagem.
 
Ia desenrolando-se a paisagem.
 
(R. Correia, PCP, 304.)
 
(R. Correia, PCP, 304.)
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2. A PRÓCLISE ao verbo auxiliar ocorre quando há elemento que a justifique, a saber:
 
2. A PRÓCLISE ao verbo auxiliar ocorre quando há elemento que a justifique, a saber:
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a) Palavra negativa
 
a) Palavra negativa
  
Ninguém o havia de dizer.
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Ninguém o havia de dizer.
 
(A. Ribeiro, M, 68.)
 
(A. Ribeiro, M, 68.)
  
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também.
 
também.
 
(Machado de Assis, OC, I, 1051.)
 
(Machado de Assis, OC, I, 1051.)
 
  
 
b) Pronomes ou advérbios interrogativos
 
b) Pronomes ou advérbios interrogativos
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(G. Ramos, A, 152.)
 
(G. Ramos, A, 152.)
  
Orações iniciadas por palavras exclamativas ou orações que exprimem desejo (optativas)
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c) Orações iniciadas por palavras exclamativas ou orações que exprimem desejo (optativas)
  
 
Deus nos há de proteger!
 
Deus nos há de proteger!
  
Orações subordinadas desenvolvidas, inclusive com conjunção oculta
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d) Orações subordinadas desenvolvidas, inclusive com conjunção oculta
  
 
O sufrágio que me vai dar será para mim uma consagração.
 
O sufrágio que me vai dar será para mim uma consagração.
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(Eça de Queirós, O, II, 329.)
 
(Eça de Queirós, O, II, 329.)
  
3. A ÊNCLISE ao verbo auxiliar é possível quando não há elemento atrativo de PRÓCLISE:  
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3. A ÊNCLISE ao verbo auxiliar é possível quando não há elemento atrativo de PRÓCLISE:  
  
 
Ia-me esquecendo dela.
 
Ia-me esquecendo dela.
 
(G. Ramos, AOH, 40.)
 
(G. Ramos, AOH, 40.)
  
 
 
Quando o verbo principal está no PARTICÍPIO, o pronome átono não pode ser enclítico a ele, portanto, o pronome deverá ser PROCLÍTICO ou ENCLÍTICO ao verbo auxiliar.   
 
Quando o verbo principal está no PARTICÍPIO, o pronome átono não pode ser enclítico a ele, portanto, o pronome deverá ser PROCLÍTICO ou ENCLÍTICO ao verbo auxiliar.   
  
Tenho-o trazido sempre, só hoje é que o viste?
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: Tenho-o trazido sempre, só hoje é que o viste?
(M. J. de Carvalho, TM, 152.)
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:(M. J. de Carvalho, TM, 152.)
Arrependa-se do que me disse, e tudo lhe será perdoado.
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(Machado de Assis, OC, I, 645.)
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: Arrependa-se do que me disse, e tudo lhe será perdoado.
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: (Machado de Assis, OC, I, 645.)
  
 
Dessa forma, existem três posições possíveis para o pronome em locuções verbais: próclise ao auxiliar, ênclise ao auxiliar (com hífen) e ênclise ao principal (com hífen). Embora a próclise ao verbo principal seja o mais corrente na língua falada no Brasil, a referida construção não é corroborada pela norma culta.
 
Dessa forma, existem três posições possíveis para o pronome em locuções verbais: próclise ao auxiliar, ênclise ao auxiliar (com hífen) e ênclise ao principal (com hífen). Embora a próclise ao verbo principal seja o mais corrente na língua falada no Brasil, a referida construção não é corroborada pela norma culta.

Edição das 15h22min de 30 de março de 2020

Fonte: CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3ª edição, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.


Em relação ao verbo, o pronome átono pode estar:



a) ENCLÍTICO (isto é, depois dele; essa é a regra em língua portuguesa): “Calei-me”

Sendo o pronome átono objeto direto ou indireto do verbo, a sua posição lógica, normal, é a ênclise.

b) PROCLÍTICO (isto é, antes dele): “Eu me calei"

c) MESOCLÍTICO (ou seja, no meio dele, colocação que só é possível com formas do futuro do presente ou do futuro do pretérito): “Calar-me-ei” “Calar-me-ia”


Fatores que flexibilizam a regra de ênclise:



Com um só verbo

1. Quando o verbo está no FUTURO DO PRESENTE ou no FUTURO DO PRETÉRITO: somente PRÓCLISE ou MESÓCLISE do pronome:

Eu me calarei. Eu me calaria [Neste dois casos, o pronome pessoal reto obriga a próclise].

Calar-me-ei. Calar-me-ia.


2. Fator que obriga a PRÓCLISE, a saber:

a) Orações que contêm palavra negativa (não, nunca, jamais, ninguém, nada, etc.) sem pausa entre a referida palavra e o verbo:

— Não lhes dizia eu? (M. de Sá-Carneiro, CF, 348.)

Nunca o vi tão sereno e obstinado. (C. dos Anjos, M, 316.)

b) Orações iniciadas com pronomes ou advérbios interrogativos:

Quem me busca a esta hora tardia? (M. Bandeira, PP, I, 406.)

Por que te assustas de cada vez? (J. Régio, JA, 98.)

c) Orações exclamativas ou que exprimem desejo:

Que o vento te leve os meus recados de saudade. (F. Namora, RT, 89.)

Que Deus o abençoe! (B. Santareno, TPM, 18.)

d) Orações subordinadas desenvolvidas, ainda que a conjunção esteja oculta:

Quando me deitei, à meia-noite, os preços estavam à altura do pescoço. (C. Drummond de Andrade, BV, 20.)

— Que é que desejas te mande do Rio? (A. Peixoto, RC, 174.)

e) Gerúndio regido da preposição “em”:

— Em lhe cheirando a homem chulo é com ele. (Machado de Assis, OC, I, 755.)


3. Não há ênclise ou próclise com PARTICÍPIOS. Quando o PARTICÍPIO vem desacompanhado de auxiliar, usa-se sempre a forma oblíqua regida de preposição.

Ex: Dada a mim a explicação, saiu.


4. Com os infinitivos, PRÓCLISE e ÊNCLISE são válidas, embora haja tendência para esta colocação pronominal.

Canta-me cantigas para me embalar! (Guerra Junqueiro, S, 118.)

Para não fitá-lo, deixei cair os olhos. (Machado de Assis, OC, I, 807.)

A ênclise é ainda mais empregada quando o pronome tem a forma “o” (principalmente no feminino “a”) e o infinitivo vem regido pela preposição “a”

Se soubesse, não continuaria a lê-lo. (R. Barbosa, EDS, 743.)

Logo os outros, Camponeses e Operários, começam a imitá-la. (B. Santareno, TPM, 120.)


5. Celso Cunha ainda identifica uma tendência à PRÓCLISE pronominal nos seguintes casos:

a) Advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez) ou expressões adverbiais sem pausa que os separe.

Até a voz, dentro em pouco, já me parecia a mesma. (Machado de Assis, OC, I, 858.)

Só depois se senta no chão a chorar. (Alves Redol, MB, 255.)

b) Orações em ordem inversa iniciada por objeto direto ou predicativo.

Tiram mais que na ceifa; isso te digo eu. (Alves Redol, G, 108.)

c) Sujeito anteposto ao verbo com o numeral “ambos” ou pronomes indefinidos (todo, tudo, alguém, outro, qualquer, etc.)

Alguém lhe bate nas costas. (A. M. Machado, JT, 208.)

d) orações alternativas (ou / ora)

Das duas uma: ou as faz ela ou as faço eu. (Sttau Monteiro, AP, 39.)


Com uma locução verbal

Locuções verbais com verbo principal no INFINITIVO ou no GERÚNDIO permitem:

1. SEMPRE a ÊNCLISE

O roupeiro veio interromper-me. (R. Pompéia, A, 37.)

Ia desenrolando-se a paisagem. (R. Correia, PCP, 304.)


2. A PRÓCLISE ao verbo auxiliar ocorre quando há elemento que a justifique, a saber:

a) Palavra negativa

Ninguém o havia de dizer. (A. Ribeiro, M, 68.)

Rita é minha irmã, não me ficaria querendo mal e acabaria rindo também. (Machado de Assis, OC, I, 1051.)

b) Pronomes ou advérbios interrogativos

Que é que me podia acontecer? (G. Ramos, A, 152.)

c) Orações iniciadas por palavras exclamativas ou orações que exprimem desejo (optativas)

Deus nos há de proteger!

d) Orações subordinadas desenvolvidas, inclusive com conjunção oculta

O sufrágio que me vai dar será para mim uma consagração. (E. da Cunha, OC, II, 634.)

Ega subiu ao seu quarto, onde outro criado lhe estava preparando o banho. (Eça de Queirós, O, II, 329.)


3. A ÊNCLISE ao verbo auxiliar é possível quando não há elemento atrativo de PRÓCLISE:

Ia-me esquecendo dela. (G. Ramos, AOH, 40.)

Quando o verbo principal está no PARTICÍPIO, o pronome átono não pode ser enclítico a ele, portanto, o pronome deverá ser PROCLÍTICO ou ENCLÍTICO ao verbo auxiliar.

Tenho-o trazido sempre, só hoje é que o viste?
(M. J. de Carvalho, TM, 152.)
Arrependa-se do que me disse, e tudo lhe será perdoado.
(Machado de Assis, OC, I, 645.)

Dessa forma, existem três posições possíveis para o pronome em locuções verbais: próclise ao auxiliar, ênclise ao auxiliar (com hífen) e ênclise ao principal (com hífen). Embora a próclise ao verbo principal seja o mais corrente na língua falada no Brasil, a referida construção não é corroborada pela norma culta.